A façanha de viver
Prevalece em meu peito.
O coraçao parece querer
Interromper as batidas, sem jeito.
A agonia de respirar
O ar poluido de agosto
Quente, parece terminar
A vida ja´ sem muito gosto.
Lembro-me da juventude
Que ainda carrego n alma!
A diferença era a virtude
Da paz e grande calma...
Hoje o corpo estala
Ao caminhar pela vida.
Minh alma nem fala
Comigo, vive muito ressentida.
Pressente o meu descaso,
A minha falta de educaçao,
Aprendida por acaso
Em meio `a provaçao.
Mas, viver e´ participar.
E´ sobretudo jogar a esperança,
Com a sociedade do lugar.
Ninguem fica sempre criança.
Nas esferas do som,
Minhas memorias voam,
Carregadas pelo doce tom
Do som dos sinos que soam.
Soam como batidas
De um profundo sino
Dentro de mim sentidas,
Ainda quando menino.
Os tintinabulares dos sinos
Ecoam em mim eternizados,
Podem ser alegres mimos,
Ou o triste dobre de finados...
Os milenios deixam sequelas
No espirito. Maior do que a passagem
Desses milenios sao aquelas
Façanhas de grande coragem.
Hoje, nao sabemos do passado,
Mas, o passado esta´ em nos,
Em cada palavra pronunciada,
Em cada grito e dor atroz.
O passado nao perdoa.
Isto ja´ foi tema de romance.
O hoje e´ o passado que ecoa
Em nossos ouvidos, em revanche.
(Jeovah de Moura Nunes)
outubro de 2002
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