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Poesias-->MEMORATIVO BILÁBIAL -- 21/11/2002 - 21:25 (Xosé de Enriquez) |
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De amálgama fratricida e fabulosa sem desdobramentos extravagantes
De mulher mosca acobertada
De átrio aborrecível irrelevante minimamente embranquecido pela cal
Do rio de estrelas áridas e damas-do-lago doentes
De "um" sonhado e magistral canforado como por azar
De capistro eternizado em desigual batalha, mero acidente historiográfico
De epitécio repugnante obsequioso e falso com a desigual aurora arremedada
De vergonha desinflamada nos capitéis da loucura
De prepúcio renegrido e atormentado pela saliva paroquial
De boneco oxítono e muito vestido ao azeite
De pérgula escandinava condimentada com açafrão de terras distantes
De mulher lupina chaveiro com incipiente calvície na área das idéias
De losango inconcluso parido pelas mãos sem escrúpulos de um menino morto
De mulher pincel, mas só pincel nada mais que um simples pincel
De fundo de mar com avenida de madréporas sem casa de cristal
De fotografia amarelada e descolorada sem remédio
De mulher água desbocada e excitada no momento crucial da cascata
De mulher duende barbudo e brincalhão que pelas noites abusa dos golfinhos
De almanaque floral de Montevidéu com aromos iluminados de ouro
De cachorro fardado emboscado nas ladeiras do mecônio imaculado
De panfleto puritano e celestial arrojado de uma salamandra no meio de vôo
De mulher incenso depositado com devoção sobre as frias lousas de uma igreja grega
De mulher cabelo fino e sensato, companheiro fiel e fraternal de horas cruciais
... De tantas e tantas coisas disfarce-se teu lembrança
Atormentada uma e mil vezes pelo repico interminável
De outras recordações atormentadas que sofrem o repico interminável
De tantas e tantas coisas dessas que se disfarcem as recordações
Dissolvidos e estrangulados entre fantasias e sonhos que rastejam
Inevitavelmente outras recordações...
Disfarçados de tantas e tantas coisas
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Comentarios |
Aercia - 28/03/2023
Beleza surrealista!!!
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