Não existe nada pior que a intolerância, quando esta é dirigida a pessoas que não fazem nada mais que buscar a felicidade sem prejudicar a outros.
O sistema quer que ajamos todos iguais, fica mais fácil nos controlar assim. Afinal como é que a Igreja vai aterrorizar as pessoas com ameaças de inferno se nem todos são cristãos? E como a Kaiser terá lucros astronômicos com sua propaganda machista se nem todos os homens gostam de mulher?
O pior é que o povo acredita mesmo que existe um jeito certo de ser, indo contra qualquer idéia de livre-arbítrio. O melhor exemplo disso é a questão do sexo:
Existem pessoas que são felizes sendo fiéis a apenas uma outra pessoa, enquanto outras são felizes fazendo sexo com qualquer um que também esteja a fim. Então o partidário da monogamia se enche de argumentos moralistas ou sobre a “verdadeira natureza do amor” para defender seu ponto de vista, enquanto o hedonista se enche de vários outros argumentos defendendo que seu modo de vida é a verdadeira chave para a felicidade.
O que ambos não entendem é que não existe uma fórmula universal para a felicidade, pois todos somos diferentes. Existem pessoas que são felizes pela monogamia, outras pelo hedonismo. Existem aquelas que são felizes sendo heterossexuais, bissexuais, homossexuais e até assexuais. Enquanto não molestarem ou assediarem ninguém, tem o direito de serem felizes da maneira que encontram.
Apenas tomem cuidado com uma coisa, existem muitas pessoas que seriam mais felizes sendo hedonistas, mas por algum moralismo é fiel a uma pessoa; enquanto existem aqueles que seriam felizes pela monogamia, mas para provar aos outros (ou pior, a si mesmos) que são sexualmente emancipados, agem como hedonistas. Faça o que realmente lhe agrada, sem prejudicar ninguém.
Outro exemplo são os hábitos auto-destrutivos. Há aqueles que não estão nem aí se vão morrer de cirrose, câncer de pulmão ou enfarte; há os “geração saúde”, que comem no café da manhã e treinam todo dia durante horas. Esses últimos, consideram que aqueles que não são adeptos da sua filosofia sofrem de uma grave falha de caráter. Acham que todo mundo deveria se esforçar para viver mais, apenas para gastar esse tempo a mais de vida na academia.
Porém mais hipócrita são aqueles que exercem seu hábitos auto-destrutivos e condenam os alheios. Como fumantes e alcoólatras que condenam drogas ilícitas, muitas dessas mais saudáveis que os próprios nicotina e álcool.
Pessoalmente, uso algumas drogas ilícitas leves (maconha e alucinógenos), fico longe das pesadas, nem fumo cigarro, odeio comida de fast-food (Mac-Shit, Mijo-Cola, eca!), mas adoro uma carninha vermelha e bolo de chocolate (hum...), pratico atividade física 6 dias por semana só por vaidade mesmo. Aposto que viverei mais que muito fumante alcoólatra sedentário, e sou mais feliz que muito geração saúde, mas quem sou eu para dizer que minhas preferências estão certas e a dos outros, erradas?
