Hoje falei ao telefone com minha netinha Jéssica(cinco anos).
a emoção embargou minha voz, quase não permitindo nosso diálogo.
Inspirou-me esta conversa o poema que segue;
Muitos filhos a mim foram legados
Pela força que rege a natureza,
E agora confesso com franqueza,
Que por mim igualmente são amados.
São distintos, assim foram criados,
Cada um é uma vida que refletindo
Um ser único, um ego, competindo
A mim, incompetente, os distinguir,
Ama-los como são, e prosseguir
O amor, eqüitativo, distribuindo.
Rindo choroso ou chorando rindo,
Tento colher amor nesta seara,
Miscelânea de almas, assim tão cara
A mim, que vou aos poucos decaindo.
Longe da mocidade, e vendo vindo,
A velhice, que ao pó nos encaminha
Sentido vibrar a alma, que adivinha
O prenuncio de inexorável solidão
Que já intenta minar-me o coração,
E paulatinamente se avizinha.
Somente uma esperança, detém a minha
Incerteza, e confesso, esta esperança
Tem-me forte amizade, e desde criança,
Retém uma esperança igual a minha.
Que qual fora criança, ao peito aninha
De num porvir distante, já envelhecido,
Manter-me aos seus cuidados,.. recolhido,
Sob seu manto protetor, que maravilha,
Refiro-me a Maria, minha filha,
E lembro-a diuturnamente, comovido.
Talvez nem aconteça, mas duvido
Que a intenção não seja verdadeira,
Pois forte e decidida, é a altaneira
Fronde copada em meu jardim florido.
E o renovo de amor dela surgido,
É meu amor maior, Jéssica Bianca,
Dona da voz sublime, que me arranca
Da maior depressão, pois fidedigna
Vibra os sons de sua alma tão benigna,
Inocente, veraz, bondosa e franca.
“Teca Bioga” é o balsamo que estanca,
Em mim, as dores, os males e a tristeza,
E da doçura da sua infantil beleza
Vem a brisa que minha aridez estanca.
Mensageira de Paz, qual pomba branca
Que ao bico traz o ramo de oliveira,
E desde que a vi, a vez primeira,
Recém-nada, tão frágil e indefesa,
Vi naquela criança uma princesa,
E avassalei-me de forma verdadeira.
Hoje, Maria Edithe e sua herdeira,
Ocupam em meu coração, grande herdade,
Minha caçula, a quem amo de verdade,
E Jéssica, meus renovos de videira.
De minha cepa, ramas verdadeiras,
Plenas de luz, e de amor floridas,
Refulgindo ao meu sol, tão coloridas,
Quais borboletas esvoaçantes e belas,
O grande amor que hoje tenho a elas
Almejo conservar por toda vida.
(o poema que segue foi escrito à dois anos)
TECA BIONGA, MEU AMOR !!!
O meu amor maior nem tem um metro ainda,
É esperta, sagaz e voluntariosa,
Às vezes me desdenha, e outras, amorosa,
Inunda-me o coração de alegria infinda.
Não existe para mim outra mais linda,
Mais vivaz, amorável e amorosa
Cujo perfume a olorosa rosa
Imita, no perfume que nos brinda.
Imensurável é o amor que tenho
Por ela e ao mundo aqui proclamo
Neste soneto,...e declará-lo venho.
Juntamente ao seu nome que declamo,
Pois o gravei no peito, onde o mantenho...
Jéssica Bianca, a netinha que amo.
TECA BIONGA*
versão para espanhol do Mestre
Maldoronor Morsa
Mi amor más grande apenas mide un metro,
Y ya es muy lista, sagaz, voluntariosa.
No me hace caso a veces, pero otras, amorosa,
me llena el corazón de infinito contento.
No existe para mí otra más linda,
Ninguna más vivaz ni cariñosa
Y su perfume la olorosa rosa
Lo imita en el perfume que nos brinda.
Es tan grande el amor que yo le tengo
Que ante el mundo lo digo y lo proclamo
Con el soneto que aquí a dejaros vengo
Al lado de su nombre, que declamo
Pues lo grabé en mi pecho y lo mantengo:
Jéssica Bianca, la nietecita que amo.
.mestre Egídio
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