Usina de Letras
Usina de Letras
167 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62214 )

Cartas ( 21334)

Contos (13261)

Cordel (10450)

Cronicas (22535)

Discursos (3238)

Ensaios - (10357)

Erótico (13569)

Frases (50609)

Humor (20029)

Infantil (5429)

Infanto Juvenil (4764)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140799)

Redação (3303)

Roteiro de Filme ou Novela (1063)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1960)

Textos Religiosos/Sermões (6187)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Artigos-->A questão Venezuela -- 03/04/2010 - 14:32 (Fabrício Sousa Costa) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A questão Venezuela

Por Fabrício Costa

Prof. Língua portuguesa



A crise pela qual a Venezuela está passando possui na realidade vários fatores que a originaram. Pode-se inferir que a classe alta se assustou com o início da gestão Chavez, que desde o começo da campanha eleitoral, defendia a implementação de um governo com os ideais bolivarianos. Além disso, o estabelecimento de medidas, com as quais favoreceriam as camadas baixas da sociedade, entraram em contradição com os interesses da elite econômica do país. E finalmente, o controle da PDVSA – Petróleos da Venezuela S/A, estatal petrolífera -, centralizado nas mãos do Estado, rendeu indignação por parte dos empresários do setor.

A Revolução Bolivariana, defendida por Chavez, é conseqüência da influência ideológica de Simón Bolívar, além de defender a união dos países latino-americanos contra o imperialismo, o líder da independência venezuelana defendia a existência de um governo preocupado com as massas pobres e, principalmente, que mantivesse uma postura contrária à desigualdade. Hugo Chavez começou seu governo com uma oratória contundente: “para vencer o abismo social é necessária uma guinada radical”, discursou o comandante presidente. Uma das primeiras medidas foi a intervenção do Estado em diversos setores, contrariando a elite venezuelana e as relações internacionais de livre comércio, as quais não admitem o protecionismo de mercado. No entanto, do ponto de vista social, medidas como essas são, a curto prazo, essenciais para a diminuição da pobreza no país, herança herdada por Chavez de uma oligarquia bipartidária ( Ação Democrática e COPEI). É importante ressaltar que 70% da população venezuelana vivem abaixo da linha da pobreza.

Outras medidas desagradaram a população economicamente privilegiada. São, do ponto de vista liberal, radicais, como a lei da terra. O objetivo dessa lei é acabar com os latifúndios improdutivos e limitar o número de hectares, que chegavam a 100 mil antes da reforma, agora o limite foi fixado em 5 mil hectare. Por meio de tal medida, a população miserável teve acesso a terras que antes estavam, em sua maioria, improdutivas. Construíram casas, atenuando o problema da habitação. Foi estimulada a agricultura familiar para combater a fome. Com isso, o governo não demonstrou apenas o interesse de resolver os problemas da habitação e da fome. Um dos maiores interesses foi um inteligente motivador para a tomada de tais decisões - o desenvolvimento de diversos tipos de produtos, obtidos por meio da agricultura, para a exportação. Assim, a Venezuela deixaria de ser um país “monocultor” e passaria a ter outros produtos para a exportação, além do petróleo, que hoje representa cerca de 80% de seu comercio internacional. Infere-se que foi, sem dúvida, uma jogada inteligentíssima do governo Chavez, além de matar a fome e conceder moradia à população, o governo alimentaria formas alternativas de aumentar as exportações, deixando de depender apenas do petróleo como fonte de agariar divisas. Embora a Venezuela seja a quinta maior produtora de petróleo do mundo.

Muitos empresários se acostumaram a mamar nos subsídios governamentais. Agora estão irados contra o presidente venezuelano, pois as medidas tomadas por Chavez começam a beneficiar a grande massa de miseráveis, conseqüentemente, os lucros dos empresários sofreram uma queda. Ora, para que alguém seja beneficiado, outro deve perder certas vantagens. Esse é um princípio básico da economia capitalista. Todos fatores mencionados mostram o motivo do apoio da classe baixa ao governo e a razão pela qual as classes média e alta são oposição a ele.

A PDVA é praticamente responsável pelo único produto de exportação venezuelano. Representa 80% do PIB do país. A oposição é contrária à lei de hidrocarbonetos, que prevê restrições aos investimentos externos no petróleo, fixando em no máximo 49% a participação de capital estrangeiro no setor. Com tal lei, o governo garante a soberania sobre o “ouro negro” do país, e a maior parte do lucro continuará movimentando a economia interna, garantindo o investimento em seus projetos revolucionários.

É importante a discussão a respeito dos temas veiculados na mídia do mundo inteiro, pois muitos setores da sociedade são parciais por defenderem seus interesses nos quadros político e econômico. Não se deve tomar partido, de qualquer lado de uma briga, antes de analisar seus principais pontos. O que se tem de concreto na questão da Venezuela, é que embora Hugo Chavez Frias sofra oposição a seu governo, a crise é política, não econômica. Pois, nos últimos dois anos, o crescimento do PIB deixou de ser negativo, a inflação caiu e a taxa de juros foi cortada pela metade, além da dívida interna está num patamar de apenas 20% do PIB do país. Tudo isso sem recorrer ao FMI, ou contrair qualquer tipo de empréstimo. Fica evidenciado que a oposição quer derrubar um governo legitimamente constitucional que em outros países seria motivo de ovação nacional.

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui