E o outono chegou novamente... ou fomos nós que chegamos a ele? Difícil separar... Acordei hoje sentindo o seu gostoso sabor e tive vontade de desejar um feliz outono... para todos... seja qual for a estação da vida em que estiverem...
Dizem as tradições Celta que é tempo de descansar após o término da colheita... E que descanso delicioso nesse outono tropical, onde o calor não é mais tórrido como o do verão, mas ainda está presente, aquecendo sem chamuscar...
Onde a gente acorda à s cinco da manhã até sem precisar, porque o relógio biológico nos avisa que é preciso aproveitar o dia... e aí a gente sai para caminhar na praia e agradece a Deus por um outono onde ainda há muito sol...
Uma brisa gostosa nos trás o cheiro, o som e a bênção de um oceano magnífico que, governado por Iemanjá e Netuno, abre mão de todo seu poder para vir nos beijar delicadamente os pés, perfumá-los e lavá-los, murmurando belas palavras, como o noivo mulçumano apaixonado aos pés de sua esposa na noite de núpcias...
Outono de equilíbrio... onde novamente as horas do dia e da noite estão iguais... o deus Sol começa sua grande aventura para o desconhecido do inverno... e parte para sua hora de descanso...
Mas a Deusa sente a presença do deus mesmo aumentando a distància entre eles... e noto que a praia está, nas primeiras horas da manhã, muito mais movimentada que nos dias anteriores... Inconscientemente, as pessoas respondem ao chamado da natureza...
Na tradição Celta, derrama-se leite sobre a terra, no início do outono, para agradecer pela fertilidade e bondade da terra-mãe... Gratidão é, realmente, o sentimento mais forte que me vem nesse início de outono cálido, sereno, saudável...
No outono, nossos corações voltam-se para nós mesmos... é o período de usufruir da colheita e de se preparar para curtir o inverno...
Desejo, portanto, a todos, um feliz outono... não esquecendo que, em nossos corações sempre faz as quatro estações...
Curtamos, asim, um delicioso outono tropical, mas deixemos sempre a primavera entrar em nosso coração... não descartemos um ou outro dia de tórrido verão... e saibamos curtir as deliciosas noites de inverno...
Olinda, 21/3/2002
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