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Poesias-->Parábola inútil -- 23/11/2002 - 23:12 (Carlos Alberto Coelho (Denúncia Vadia)®) |
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Parábola inútil
A noite vazia espalma-se
geométrica
e analiticamente,
coberta de números complexos
e sob o lume tímido
de um dodecaedro minguante.
Ao longe,
os catetos latem
aos trapezóides embriagados
que deslocam-se lentos
e vacilantes
pelos diagramas da cidade.
O vetor sopra forte,
posso ouvir sua mantissa
vergando elipses
e hipotenusas.
E todo o resto se desenha,
as bissetrizes seminuas
tentando seduzir
algum marinheiro hiperbólico
em algum vértice obscuro.
Os cosenos delinqüentes
tentando roubar os radianos
dos quadriláteros
estacionados nas ruas.
Os co-fatores nas padarias
fazendo "Pi", espirais
e biscoitos de gradientes.
Enquanto tudo isso deriva,
polígonos, teoremas e tangentes
dormem um sono
sereno e senoidal.
Carlos Alberto Coelho
www.denunciavadia.hpg.com.br
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