Usina de Letras
Usina de Letras
19 usuários online

Autor Titulo Nos textos

 

Artigos ( 62285 )

Cartas ( 21334)

Contos (13267)

Cordel (10451)

Cronicas (22540)

Discursos (3239)

Ensaios - (10386)

Erótico (13574)

Frases (50672)

Humor (20040)

Infantil (5458)

Infanto Juvenil (4780)

Letras de Música (5465)

Peça de Teatro (1376)

Poesias (140818)

Redação (3309)

Roteiro de Filme ou Novela (1064)

Teses / Monologos (2435)

Textos Jurídicos (1961)

Textos Religiosos/Sermões (6209)

LEGENDAS

( * )- Texto com Registro de Direito Autoral )

( ! )- Texto com Comentários

 

Nota Legal

Fale Conosco

 



Aguarde carregando ...
Poesias-->INFINITUS STULTORUM NUMERUS (EM PREITO A GUERRA JUNQUEIRO) -- 24/11/2002 - 03:37 (RICARDO MATOS DAMASCENO) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Renegas a Verdade, ó Servo de Jesus,

Esconso na sotaina em que te julgas bento,

Como o carrasco insano, embaixo do capuz,

A restaurar na Terra o Concílio de Trento.



O negrume do cepo, instrumento de injúria,

Ia o sangue manchando, em berros de agonia.;

Esparzias o horror, a tristeza, a penúria,

Quando a morte, na Terra, imperava sombria.



Era o potro incruento em que penava o réu,

Em respeito ilusório à força da tonsura,

O sinal da vingança, ó sacerdote incréu,

Que na Terra espalhavas o medo e a tortura.



Revês o cadafalso e o terror do patíbulo,

O putrefato estrado onde o herege morria,

E nem mesmo a fumaça e o incensar do turíbulo

Alentavam a paz no estertor da sangria.



O sinete carregas, em tênebras posto,

Da sanha perenal dos tempos de Loyola.;

A calvície na fronte, o cinismo no rosto,

Quando o mundo se ilude embaixo duma estola.



Quem mesmo és tu, medonho e trêfego sicário,

Que te julgas um sábio em meio de papalvos,

Se, entre os néscios e os parvos, és um salafrário

De tão brancos tersóis e paramentos alvos?!



Não te enxergas algoz no cálice dourado,

A espelhar-te no brilho em que trescala o vinho,

Mas permanece ali Jesus crucificado,

Exposto na patena a ritual mesquinho.



A obedecer, ó Padre, à voz do Negro Papa,

O símbolo infernal da treda Companhia,

Só vives de esconjuro e nem Jesus escapa

À triste excomunhão e à cáustica ironia.



Não vendes, numa feira, o santarrão quebrado,

Nem dás ao pecador a inútil penitência,

Mas vendes por Verdade, em negro apostolado,

O equívoco, o sarcasmo, o engano, a intransigência.



Escarnecendo a Deus, em lôbrega porfia,

Pelos séculos negas a Luz do Calvário,

Em simulacro atroz, ó Pai da Simonia,

Comendo toda a obreia e as hóstias do sacrário.



E, agora, em vida nova, ostentas a batina,

Entregue falsamente à vida consagrada.;

Estás a reviver, no horror da humana sina,

A Santa Inquisição, ó novo Torquemada!





Feira, 07 de março de 2000.

Comentarios
O que você achou deste texto?     Nome:     Mail:    
Comente: 
Renove sua assinatura para ver os contadores de acesso - Clique Aqui