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Artigos-->1º Cúpula de Segurança Nuclear -- 12/04/2010 - 15:36 (Félix Maier) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Correio Braziliense - 12/04/2010



Alerta vermelho



Desde o advento da bomba atômica, fortunas foram gastas em corridas armamentistas. Agora, a preocupação é com o acesso de terroristas a artefatos nucleares. Encontro em Washington começa a discutir como manter a segurança dos dispositivos



Janey Costa



Hoje, 45 países vão se reunir em Washington para discutir os próximos passos para garantir que o mundo não assista mais uma vez ao terror provocado pelas bombas atômicas. A 1ª Cúpula de Segurança Nuclear foi convocada pelo presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, com o intuito de tentar estabelecer novas regras de controle e procedimentos em relação aos arsenais, além de buscar deixar clara a distinção entre o uso civil desse tipo de energia e o viés militar, que resulta no mais destrutivo armamento construído pelo homem. A reunião pode significar um passo adiante no árduo caminho da pacificação e de um planeta sem armas nucleares, mas também terá que lidar com temas concretos como pequenas disputas, questionamentos sobre os arsenais alheios e o polêmico programa iraniano.



Os ataques nucleares americanos sobre Hiroshima e Nagasaki no fim da Segunda Guerra Mundial, afirmou os Estados Unidos como maior força militar do planeta, mas acabou por criar uma nova e perigosa forma de disputa pela hegemonia global: a Guerra Fria ou Paz Armada. Nos anos que se seguiram, o mundo — dividido entre dois gigantes (Estados Unidos e União Soviética) assistiu à rápida proliferação dos arsenais nucleares. Uma nova e terrível ameaça pairava sobre a humanidade: o pesadelo do holocausto nuclear.



Pela primeira vez, uma guerra poderia terminar sem vencedores e anunciar o fim da espécie humana. A insana corrida armamentista continuou por vários anos, entre crises e ameaças mútuas. O cenário chegou ao ápíce com a crise dos mísseis de outubro de 1962, com Moscou buscando instalar seu arsenal em Cuba, a poucas milhas do território americano, e os Estados Unidos ameaçando atacar a União Soviética a partir de mísseis instalados na Turquia.



No entanto, a ameaça de uma catástrofe nuclear de dimensões globais acabou levando Moscou e Washington à mesa de negociações. Do debate entre os dois pesos-pesados nasceu, em 1963, o Tratado de Redução de Arsenais Nucleares Estratégicos (Sort 1), ou Tratado de Moscou, que tentaria, pela primeira vez, regulamentar a questão nuclear.



Embora as conversas entre o Kremlim e a Casa Branca não tivessem freado a corrida armamentista, lançaram as sementes para futuras negociações e acordos que viriam a envolver também outros países. Um novo passo foi dado com a assinatura, em 1968, do Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares (TNP), do qual foram signatários Estados Unidos, União Soviética, China, França e Reino Unido. O acordo criava a proibição de transferência de tecnologia nuclear e também o compromisso entre as partes de redução de seus arsenais. As negociações prosseguiram e, em 1973, as duas maiores potências assinaram o Acordo de Limitação de Armamentos Estratégicos (Strategic Arms Limitation Talks - Salt 1). O pacto previa que os dois países protegessem apenas um número limitado de alvos essenciais, como as capitais Washington e Moscou, aumentando significamente a possibilidade de enormes perdas para ambos os lados e tornando o confronto inviável. O Salt-1 também congelou, por cinco anos, a construção de plataformas fixas e submarinas de mísseis balísticos intercontinentais. Em 1979, as superpotências assinaram o Salt-2, que em linhas gerais ratificava o Salt-1.



No fim da década de 1970, com a invasão do Afeganistão pelo Exército Vermelho, a revolução sandinista na Nicarágua e a revolução islâmica dos aiatolás no Irã, a tensão voltou a pairar sobre a cena internacional. Em clima de desconfiança, o Senado americano não endossou o acordo Salt-2, mas, apesar disso, os dois governos respeitaram o combinado.



Um novo avanço veio em 1982, com mais uma rodada de negociações batizada de Start (em inglês, Strategic Arms Reduction Talks), para a redução dos sistemas de armas estratégicas. O objetivo era reduzir em 50% os arsenais. No entanto, ambos os lados mantiveram pesquisas para a produção de armas cada vez mais mortíferas. Surgiram as “armas inteligentes”, equipadas com computadores, que aumentavam a eficiência tanto no ataque quanto na defesa.



Na contramão das negociações, os delírios de poder do presidente americano Ronald Reagan (1981-1989) traziam à cena, em 1983, o mirabolante projeto Defesa Estratégica (IDE), mais conhecido como “Guerra nas Estrelas”. Reagan imaginara um escudo espacial capaz de interceptar e destruir mísseis lançados de qualquer ponto do planeta. Caro demais e inviável, o projeto mirabolante acabou abandonado, mas a ameaça de construir o escudo forçou a União Soviética a investir pesado e acabou sucumbindo. Economicamente derrotada, desmantelou-se. Mas o fim da Cortina de Ferro deixou como herança uma dor de cabeça de muitos megatons para toda a humanidade.



Parte do antigo arsenal soviético, assim como técnicos e cientistas, acabaram nas mãos de pequenas e instáveis repúblicas. E ainda especula-se que uma quantidade significativa de artefatos e conhecimento para a produção de armas nucleares tenham caído no mercado negro. Se, antes, as superarmas de destruição em massa se concentravam nas mãos das duas superpotências, hoje, o mundo assiste à multiplicação da ameaça sob uma forma ainda mais preocupante: o chamado terrorismo nuclear. Países como Coreia do Norte e Irã roubam o sono da Casa Branca e deixam de cabelo em pé todo o mundo civilizado ao insistir em seus programas nucleares, a princípio implantados para fins pacíficos.



Existe ainda, segundo vários especialistas, o risco de bombas sujas, pequenos artefatos que combinam explosivos convencionais com material radioativo, que, nas mãos de organizações terroristas, podem provocar grandes danos em qualquer parte do mundo.



Diante das mudanças no cenário internacional com o 11 de setembro e a ameaça do terrorismo nuclear, as discussões sobre a redução dos arsenais atômicos voltam à cena. Na semana passada, em Praga, os presidentes Dmitri Medvedev e Barack Obama assinaram o acordo Start 2, que prevê a redução de 30% dos arsenais nucleares dos Estados Unidos e Rússia, limitando a 1.550 o número de ogivas de cada lado. A iniciativa, considerada modesta por alguns analistas, não afasta a ameaça de uma catástrofe nuclear, mas representa um grande passo na direção de um futuro mais tranquilo e de paz entre as nações.





***



Folha de S. Paulo - 12/04/2010



EUA ligam tema nuclear ao terrorismo



Em cúpula de 47 países, convocada por Obama, país tenta aumentar o controle sobre a produção e o comércio de material atômico



Novas sanções contra o Irã devem ser discutidas; Chile, que abriu mão de ter urânio enriquecido, é citado pelos americanos como exemplo



CRISTINA FIBE



DE NOVA YORK



Brasil, EUA e outras 45 nações estarão reunidas em Washington, hoje e amanhã, para discutir meios de prevenção ao terrorismo nuclear, preocupação que o presidente americano, Barack Obama, colocou no topo de sua agenda de segurança e política internacional.



O objetivo do país anfitrião com a chamada Cúpula de Segurança Nuclear é que cada nação apresente as ações que está disposta a tomar para prevenir que armas nucleares caiam nas mãos de terroristas -protegendo materiais como plutônio e urânio enriquecido, que podem ser usados em explosivos.



Segundo o diretor sênior para não proliferação do governo Obama, Gary Samore, "a cúpula é focada na cooperação para prevenir o contrabando nuclear, de forma a reduzir tanto quanto possível o perigo de que grupos de terror ou gangues de criminosos coloquem as mãos em materiais nucleares".







Em teleconferência da qual a Folha participou, na sexta-feira, Samore citou como exemplo de ações a serem anunciadas pelas nações convidadas a decisão do Chile de "remover todo o urânio altamente enriquecido do país". E ressaltou tratar-se "da maior reunião internacional para discutir questões nucleares" já feita.



Mas a cúpula não deve transcorrer sem polêmicas. A primeira, na semana passada, foi o anúncio de que o premiê israelense, Binyamin Netanyahu, havia cancelado sua presença por temer que a cúpula seria usada por Turquia e Egito para exigir que Israel assine o Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), que será objeto de revisão em outra grande conferência, em maio, em Nova York.



Índia e Paquistão, outros dos países com capacidade nuclear que não são signatários do pacto, não só comparecerão como ontem já tiveram reuniões bilaterais com Obama.



Mas Hillary Clinton, em palestra na sexta na Universidade de Louisville, amenizou o cancelamento e afirmou que o vice-premiê de Israel estará em Washington para a cúpula. "Israel compartilha conosco uma preocupação profunda com as ambições nucleares do Irã e também sobre a ameaça de terrorismo nuclear", afirmou a secretária de Estado dos EUA.



Ao voltar a defender nova rodada de sanções contra o Irã, acusado por Washington de desenvolver armas nucleares, Hillary citou ainda o que "muitos de seus colegas pelo mundo afirmam": "Queremos tentar resolver isso de maneira diplomática". "Bem, sanções, usando o Conselho de Segurança da ONU, é diplomacia", acrescentou ela. Um dos principais opositores à resolução contra os iranianos é o Brasil, que vem dizendo preferir um "caminho negociado".



Hoje e amanhã, estarão em Washington para a cúpula o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, os ministros Celso Amorim (Relações Exteriores) e Nelson Jobim (Defesa), e o assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência, Marco Aurélio Garcia.



Para Jonathan Schell, jornalista especializado em questões nucleares e professor da Universidade Yale, com a cúpula "Obama espera colher algumas vantagens dos cortes do Start [novo tratado assinado com a Rússia para redução de armas] no campo da proliferação, conseguindo o apoio de Rússia, China e outros a sanções mais duras contra o Irã e a medidas globais para restringir a difusão de materiais nucleares".



Mas Schell afirma também que, "precisamente porque os passos de desarmamento [dos EUA] foram tão modestos, imagino que os sucessos no setor de proliferação também serão modestos. Os países perceberão que viverão em um mundo com armas nucleares indefinidamente e se agarrarão ainda mais aos seus arsenais".





***



O Estado de S. Paulo - 12/04/2010



Presidente brasileiro ironiza Start e critica pressão a iranianos



Em entrevista ao jornal espanhol ""El País"", presidente compara armas atômicas a ""remédios vencidos""



Jamil Chade



O presidente Luiz Inácio Lula da Silva saiu em defesa do Irã e ironizou o acordo assinado entre EUA e Rússia na semana passada, que estabelece um corte de 30% no número de armas nucleares das duas potências militares.



Em entrevista ao jornal espanhol El Pais, publicada ontem, Lula comparou a redução de armas à atitude de jogar no lixo remédios que estão caducado - insinuando que Moscou e Washington apenas estão se desfazendo de armas ultrapassadas.



"Se estamos falando de desativar o que já havia caducado, não tem sentido. Eu tenho também em casa uma caixa de remédios da qual vou jogando fora os que caducam", declarou.



Os presidentes Barack Obama e Dmitri Medvedev aproveitaram o encontro em que assinaram o novo acordo de desarmamento, em Praga, para mandar recados duros ao Irã. Lula insistiu que defenderá uma negociação com o país e prometeu que quer conversar com o líder iraniano Mahmoud Ahmadinejad "até o último minuto". "Não se pode partir do preconceito de que Ahmadinejad é um terrorista que é preciso isolar. Temos que negociar", disse.



Hoje, o presidente chega aos Estados Unidos para debater a questão da segurança nuclear em uma cúpula promovida pelos americanos.



O Irã vem indicando que insistirá com seu programa nuclear e o Brasil, com assento não permanente no Conselho de Segurança da ONU, vem mostrando que será contra a imposição de novas sanções, como querem americanos e europeus.



"O Irã é um grande país, com uma cultura própria, que criou uma civilização. É preciso que os iranianos saibam que podem enriquecer urânio para fins pacíficos e que nós tenhamos a tranquilidade de que é só para isso", declarou o presidente.





PARA ENTENDER



O Start, novo pacto para controle de armas nucleares assinado por Rússia e EUA, reduz apenas o número de alguns tipos de armas - de 2.200 para 1.550 ogivas nucleares ativas em cada país, e de 1.600 para 800 em cada país os veículos para transporte dessas ogivas, como bombas, mísseis e submarinos. O acordo também estabelece mecanismos de verificação, que haviam expirado em dezembro e eram parte do tratado Start anterior. O texto ainda prevê controles em instalações nucleares e intercâmbio de informações. O acordo ficará em vigor por dez anos e poderá ser renovado por no máximo cinco anos. Antes de entrar em vigor, o tratado deve ser ratificado pelos congressos de ambos os países.





Empresários do Brasil chegam hoje a Teerã



Para diplomatas, visita é interpretada como tentativa de impedir que o Irã fique isolado da comunidade internacional



Jamil Chade



Chega hoje à capital iraniana uma delegação de 80 empresários brasileiros, liderados pelo ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Miguel Jorge. Segundo assessores do ministro, um encontro com o presidente Mahmoud Ahmadinejad deve ocorrer amanhã. O MDIC diz que a viagem tem apenas objetivos comerciais. "Faz parte da estratégia de governo federal de diversificar os parceiros comerciais do país e aumentar as vendas dos produtos brasileiros no exterior", disse o ministério. Mas a viagem é vista pela diplomacia europeia como sinal de que o Brasil desafiará tentativas de criar mais dificuldades ao governo iraniano. Já o Irã quer mostrar que o país não está sozinho. Em uma tentativa de indicar proximidade, Ahmadinejad enviou ontem uma mensagem de condolência ao Brasil pelas chuvas no Rio de Janeiro.



O país já é o maior parceiro comercial do Brasil na região e fontes em Teerã indicam que empresas podem sair da viagem com acordos assinados. O MDIC não quis divulgar quais empresas estariam acompanhando Jorge. Os principais produtos exportados pelo Brasil ao Irã hoje são de origem agrícola, como carne bovina, milho, açúcar de cana e farelo e óleo de soja.









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