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Artigos-->POBRES VAGALUMES! -- 15/04/2010 - 19:37 (Ana Zélia da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
POBRES VAGALUMES!

Ana Zélia



Focos de luz perdidos na noite escura.

Noites tenebrosas, fascínio de bandidos.

Na escuridão dos becos, as mortes sem autoria...

Nas festas, boates, discotecas o fascínio das galeras.

A mediocridade de tantos que se deixam levar pelos brilhos das luzes, das lâmpadas, enquanto engordam as contas bancárias de outros...

Músicas alucinantes, drogas às cabeças ocas de jovens sem perspectivas...

VAGALUME! Emites um foco a chamar o macho atraindo a teus encantos.

VAGALUME! Bordel na cidade onde a Zona é Franca.

Por que fez Deus as trevas e as separou do dia?...

Talvez para encobrir as coisas boas da vida. Ofuscar o sol que tanto brilha que aquece os desgraçados nas noites frias.

Seria castigo de Deus tanta agonia nas noites? Ou prêmio pela orgia?

Se tivéssemos um caderninho veríamos que a noite cai, tudo se modifica.



Os ladrões saem das tocas, os ratos dos esgotos...

Acrescem as mortes sem autoria, as galeras se soltam, os prontos Socorros incham com tantas vidas, tanto sangue derramado, tanta agonia...

Filhos que não respeitam seus pais encontram como profissão três grandes categorias: Tratoristas usam as esteiras para passarem a limpo suas vidas...

Arqueiros. Atiradores de flechas, não deixam sobreviventes e os atiradores de facas que amedrontam, sufocam, matam.

Fora disto são parasitas que sugam, sugam pobres vagalumes sem brilho...

Meu Deus! Odeio a noite como se ela me fosse a visão perdida.



Os cegos conhecem os amigos pelo cheiro, possuem medo. A maioria é inimiga. Odeio a noite porque é nela que os monstros do volante aceleram e deixam suas vítimas no asfalto sem testemunhas.

Odeio a noite porque é nela que os amantes apaixonados cravam suas facas em busca de reconciliações, em que os ladrões matam por nada.

A partir das cinco horas, os prontos socorros se agitam, é mais uma noite maldita.



Meu Deus! Não me deixe morrer quando o sol de foi, porque a noite só um dia é bela. A noite de lua cheia, pela vida que dá aos lobisomens que uivam, uiva. Meras fantasias.

E ainda dizem que a noite é uma criança.

Talvez, quiçá, destas Abandonadas, das Candelárias da vida.



Maldita noite que amedronta que extermina os bons, dando vazão ao mal.



É a vida. (Manaus, 22.01.1994)

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Nota da autora. Sobreviventes de dois assaltos noturnos, um volta do colégio, onde lecionada por volta de 21h. Próximo á minha casa, uns 20 metros, recebi uma gravata e nas mãos o bandido tinha um punhal e na minha frente um moleque de mais ou menos nove anos. Tiraram-me o relógio, levaram minha carteira da OAB/AM, documentos de identidade e uma quantia em dinheiro. Até hoje minha carteira origina da OAB/AM não foi encontrada. A outra viajava de Belém a João Pessoa, ao sair da rodoviária de Teresina-PIAUÍ, por volta de meia-noite, fomos abordados por uns cinco elementos que entraram atirando e em volta do ônibus batiam com as metralhadoras. Um horror foi mais de duas horas de aflição. Depois se foram furando o pneu do coletivo e ainda diziam que tivemos sorte que a D-20 tinha pregado, ficamos até pela manhã quando o carro da polícia nos rebocou até a delegacia, passei muito mal, mas como tinha umas cinco crianças, resolvi tirar a merenda que eu levava e distribui com todos, maças, bolos, leite, sucos e água. Até hoje tenho pavor de viajar à noite. Manaus, 15.04.2010 Ana zélia





















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