A ultima prece
Esta noite, meu amor, escrevi mais um verso.
Simples palavras que saíam sem nexo,
Num momento de solidão, ou de loucura,
Não tinham propósito, nem mesmo candura.
Escrevi as palavras punhais que me ofertastes
Palavras malditas que feriram a minha alma,
Que eu transformei em versos sem que tu percebesses,
Na esperança de encontrar a própria calma.
Por ti já não choro amor, já nem canto aquele nosso fado,
Quando vejo nesses teus olhos esverdeados e frios,
Que já não me querem, nem compreendem os meus cios.
Olha amor, já não me queres mais amar ??
Então ouve a minha ultima prece,
Corta-me as amarras e deixa-me voar !
Cristina Pires
25/11/2002 |