Louca paixão (soneto)
Eu sei como me vês,
Pois, está em suas mãos escolher,
O que queres que eu teu seja,
Ou o que teu terei que ser.
Temo que tua indiferença
Mate como te sinto e te vejo
E achar melhor inflamar-me por um instante
Do que arder eternamente de desejo.
Receio que a paixão que domino a custo
Se liberte desvairada e louca,
E te tome nos meus braços como um alucinado,
E deixando o amor próprio ferido de lado,
Como um felino, cruel, num susto.;
Beije loucamente teus lábios, roube tua boca.
(J. Brito).
|