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Artigos-->2608 -- 28/05/2010 - 18:16 (maria da graça ferraz) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
" Ao entrares aqui

Deixa toda tua alegria do lado de fora"

Era assim o aviso escondido

preso à porta

do pronto-socorro



A porta rangia o osso..Batia o couro!

Como uma mandíbula

impaciente, carnívora,

dada à gula

Era feita de ferro fosco

e mantinha-se destrancada

sem aldrava sem ferrolho

Sua fechadura antiga,

antiquada, estava em desuso

Afinal, quem se atreveria a abri-la,

seja por prazer ou para o furto?



A porta do pronto-socorro

Quantos anos eu tinha?

Vinte? Vinte e dois?

Ali, moça ainda,

entrei sozinha, desprevenida,

na mão, um grosso livro

de Clínica Médica

" Vou curar a dor do mundo"

E a porta entreaberta

como se me sorrisse

com bondade triste, dizia

" Não! Não vais

A dor aqui não termina jamais"



E a porta se abria

E a porta fechava-se

cheia de espasmo e de melancolia

Foram anos, tantos anos,

em que ali vivi,

dia-noite,noite-dia,

paredes brancas,

ambiente de ar frio,

cheiro de desinfetante,

e À todo instante,

a porta despejava

corpos- estas coisas

cheias de conchas, cordões,

gavinhas. esponjas, larvas

em minhas mãos



Levei algum tempo

para descobrir

que tudo que ali entrava,

também entrava dentro de mim

Teria espaço suficiente

dentro do meu peito

para tanta gente?

Daria ALTA a todos, um dia?

Ó DEUS livra-me destas sombras

e me responda!



E, hoje, o fastio,

íntimos pensamentos,

em volutas, em rodopios,

diante da estupidez humana

A porta . O estalido.

E os pasmos olhos aflitos

dos que esperavam lá fora e cá dentro

postos em mim

São tantos? TANTOS!

Deus, até quando este tormento?



E a vontade de ir embora

PARA ONDE?

O que fazer comigo e com eles agora?

Quem entra ali, jamais volta

Ganha um saber terrível

E se sai,

entra para fora



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