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cronicas-->Vou matar criança afegã -- 17/07/2002 - 02:13 (Maria José Limeira Ferreira) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
VOU MATAR CRIANÇA AFEGÃ
Maria José Limeira

No dia em que eu tiver de pedir licença, agachada diante de um Senhor, para dizer o que penso, mudarei de País.
Irei falar Inglês, tomar a bênção ao Tio Sam, jurarei fidelidade à bandeira americana, e pegarei em armas para matar criança afegã.
Moramos no Brasil, onde a palavra "liberdade" está escrita, com todas as letras, na Constituição.
Liberdade de expressão.
De reunir-se com os amigos.
De professar qualquer fé.
De escolher os nossos representantes, nas urnas, em eleição direta e secreta.
São bandeiras pelas quais lutamos e não devemos abrir mão.
Se alguns direitos que conquistamos, através das lutas populares, com o sacrifício da vida dos nossos heróis, não passam ainda de letras escritas em pedaço de papel, acho que é hora de nos levantarmos fazendo com que retornem ao mundo real e nos permitam que respiremos.
Seja dado a nós o direito de discordar.
Gosto muito, por exemplo, do Poeta Fernando Pessoa.
Mas, acho que ele não é unanimidade.
Gostando, posso dizer que gosto, e por que gosto.
Não gostando, tenho, da mesma forma, o direito de dizê-lo, em matéria assinada e publicada nos jornais.
Gosto dos textos de Affonso Romano de Sant´Anna.
Conheço, porém, várias pessoas, que não comungam com minha opinião.
Essas pessoas podem dizer que não gostam, e por que não gostam.
Não existe nenhuma culpa na discordància.
Discordar é um ato legal.
Não é crime posicionar-se do lado contrário, e ninguém deve ser castigado por ter sua própria opinião que, às vezes, não coincide com a posição da maioria.
Algumas pessoas, porém, não se preparam para conviver com a Oposição.
Consideram grande ofensa serem contestadas.
Estou cansada de ser pressionada ao elogio vazio e inútil.
Nunca me senti ofendida quando alguém disse que meus textos não prestavam.
Tenho consciência de que muita coisa que escrevi não dizia nada, era somente um amontoado de palavras sem encadeamento. Desabafos, aos quais dava o nome de contos.
Até hoje, agradeço às pessoas que criticavam meus textos nos jornais, quando eu era escritora estreante.
Procurava-as, pessoalmente, para que me explicassem onde estaria meu erro.
Graças a elas, fui aprimorando minha escrita, até chegar ao ponto de dominá-la.
Mas, acho que o ser humano não é um produto acabado.
Continuamos aprendendo.
E aprendemos errando.
Não concordo, contudo, que o elogio fácil que porventura recebemos de amigo ou de alguém que esconde no cumprimento algum interesse que não está explícito, nos leve a algum lugar.
A não ser que gostemos de enganos ou que nossa vaidade seja tal que nos impeça de ver além do que nosso umbigo espelha.
Esse tipo de coisa só atrasa nossa caminhada.
Concordo, ainda, que, se alguém divulga um texto em local público, seja em jornal, livro ou internet, tem que ter maturidade para acatar as críticas.
Se dizer o que pensamos fosse crime, a humanidade inteira estaria presa, e o mundo se transformaria em grande campo de concentração...

(Do livro "cronicas do amanhecer").
Maria José Limeira é escritora e doce jornalista democrática de João Pessoa-PB.
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