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Cronicas-->O Alfaiate de Santa Rita do Sapucaí -- 10/06/2000 - 14:03 (Humberto Azevedo) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Início
A homenagem desta edição é para o senhor António Diogo Botelho, o costureiro da história de Santa Rita. Como se cortasse um pano António Botelho esmiuça as fantasias de uma certa senhora de mais de 100 anos de idade que comemora o seu aniversário no dia 22 de maio de cada ano.
Os retalhos sobrados da alfaiataria São Benedito ajudam a compor a história do já falecido Vale da Eletrónica. Muito antes do prefeito Paulo Frederico (Paulinho) elevar a cidade de um universo rural para o chamado Vale da Eletrónica com seu marketing, "seu" Botelho já realizava a construção de belíssimas roupas para a população da cidade.
A vida era mais calma, a população era mais assentada na roça e o mundo caminhava sem a preocupação do povo!!! Bailes ditavam à moda da época, ditavam os conjuntos mais belos que o costureiro de mãos certa realizava para às mulheres. Para os homens, "seu" Botelho construía os tradicionais ternos. Os salões ficavam lotados com os figurinos produzidos pelo alfaiate da cidade. Ele não sabe dizer quantas peças de roupas teria feito durante toda a sua vida, mas a verdade é que se pode dizer que quase Santa Rita inteira foi vestida pelas mãos do costureiro mais querido do Brasil!!!

Perfil
Nascido no dia 12 de novembro de 1916 na cidade de Jacutinga, hoje um polo de malhas, António Botelho muda-se para Santa Rita com seis anos de idade juntamente com os pais: Francisco Botelho Lourenço e Maria Rafael de Souza. Se por um lado deixou de pertencer a uma das cidades sulmineiras que mais produz malha, a sua relação com o pano se daria do mesmo jeito na nova cidade.
Com oito anos ele começa a trabalhar como aprendiz do alfaiate italiano radicado em Santa Rita, Joseph Severini. O italiano Joseph era especializado na construção de peças militares. Foi aí que o garoto Diogo Botelho aprende a fazer quepes alemães. Depois de quase oito anos trabalhando com o italiano ele passa a orientar o alfaiate Domingos Massoni.
De lá o garoto Botelho se transfere para a alfaiataria Lemos de propriedade de José Lemos. Nessa alfaiataria ele aprende a fazer roupas fina que vestem a elite santa-ritense. Foi aí também que "seu" Botelho apreendeu a armar o paletó. Na verdade o aprendizado de confeccionar roupas finas veio com o amigo, também alfaiate, Henrique Rodrigues de Souza, que também era professor de corte e costura e um exímio jogador de baralho que vivia enfiado nos cassinos com Benedito Curitiba, também amigo de "seu" Botelho.
A alfaiataria própria foi montada no ano de 1934 e de lá para cá passou apenas por três endereços. O primeiro endereço de 1934 a 1943 era na rua Silvestre Ferraz. O segundo endereço se encontrava no centro de Pouso Alegre no ano de 1944. O terceiro endereço é onde se encontra até hoje a alfaiataria São Benedito desde 1945, na rua Cel. Francisco Palma.
Assim foi a vida do mágico costureiro e alfaiate, operador do cinema, dono de bar, de canteiro de café, de granja, de carro de aluguel, de uma linha de ónibus para o bairro Fagundes, do músico que tocava pistom e do pai de 12 filhos António Botelho.

Texto publicado no jornal Minas do Sul no dia 10 de junho de 2000
Escrito em 5 de junho de 2000
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