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Poesias-->BANZOS TROPICAIS (Poemas Inéditos) -- 04/12/2002 - 09:12 (Silas Correa Leite) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


BANZOS – Alguns Poemas de Silas Corrêa Leite

Site pessoal: www.poetasilas.hpg.com.br – E-mail: poesilas@terra.com.br







Banzos



Esses meus banzos tropicais sem nexo

Escritos com sangue, como espirituais

A volúpia dos olhos com chuvas neles

E a sensação de estar sendo roubado



Esses meus banzos esquisitos como eu

A técnica da linguagem disforme

Os estranhos sintomas que me visitam

E o medo da faca cega da ilusão



Esses meus banzos com seus curtumes

Os pertencimentos que se desfazem

A voz atras do espelho, o circo

E a corda bamba da decomposição



Esses meus banzos como canteiros

A minha expectativa de cárcere

O som que soa antes de existir

E as carpideiras do meu ser sem Ser



-0-



















GUERRAS



fomos todos convocados para a guerra

mas não há guerras

fomos treinados, os pelotões estão prontos

mas não há alvos e nem inimigos

ESTAMOS TRAUMATIZADOS

Fomos todos educados em pânico

Verdadeiras guerrilhas

Vivemos sob o signo do terrorismo

Que nos acostumamos com a violência

E ESTAMOS IRADOS

As armas, as naves, a evacuação

Não há nenhuma saída

Procuramos desesperadamente uma mira

Nem sabemos que o inferno somos nos

(ESTAMOS CONDENADOS)

Somos a guerra de toda rotina

Os neuras, a insensibilidade

Fome, pistoleiros, salário mínimo, mafias

Lutas sem bandeiras, sem conquistas

POR NOS MESMOS DERROTADOS



-0-



















VISAO CELESTE



(A estrada que vai dar no céu)







PASSOS

NA

LINHA

DO

HORIZONTE





-0-







LIVRO DE MAGOAS



Livro de Magoas.

Ainda vou escrever um.

Quase um diário.

Desabafos, contradições, teatro

E uma procura por mim

Nos porões de trastes velhos de mim





Livro de Magoas.

Carteiros, anjos e carpideiras.

Mil sofreguidões.

Alma contraditória e doente

Torturada por um misticismo

Cercado de dragões e arquétipos íntimos.







Livro de Magoas.

Exercício de solidão, prurido.

Inventários e partilhas.

Cárcere, genuflexório, inconsciente

O drama de não se sentir.

Cavalos selvagens mortos a machadadas.





-0-













Júpiter (Árvores)

(Ou: Num hangar há muitas moradas)









Agora podem descer da arvore

A radiação do buraco negro acabou

Permaneçam de quatro pés ate segunda ordem

Para o caso de o Plano B falhar





Agora podem materializar o fogo

O humanus erectus com cincerros

(As cavernas ainda estão nos cérebros desses símios

Mas logo vão inventar a roda)





Agora podem decodificar o urãnio

A cruz infinital de todo gene

Depois clones e viagens à estrela-nave do sol

Em busca sagracial de novas árvores





Agora podem trazer os bosquíanos

Sementes de um satélite invisível

De Júpiter – peças de reposição do jardim do éter

Alevinos cósmicos com chips de Deus



..................................................



Agora podem dividir a costela de barro espiritual



-0-





PAIS & FILHOS









Levou o filho ao zoológico

Para perder a virgindade

Sabia o bicho que criava

Desde a mais tenra idade









Levou a filha ao aquário

E não aceitou barganha

Sabia a boa bisca que era

Aquela futura piranha









Depois se levou ao matadouro

E ficou boi brabo ali

Esperando a desonra de ser-se

No mal que não cabia em si









-0-









ESTRELA VAGA (CORACAO)













Se queres a Estrela Vaga



E tens um coração, traga



A tua cimitarra, a tua adaga



E o corte profundo da palavra



Origem



-0-



Poesia da Bala na Cabeça



Para Álvaro Alves de Faria





Ele tinha uma bala na cabeça

E com ela certamente convivia

Nada que alem de si em si começa

Tudo que transforma em rímel de Poesia





Ele nunca esquecera aquele dia

E tem na cabeça o projetil bala

Talvez ela tenha a sua serventia

Mesmo quando numa poética fala





E ainda hoje Álvaro carrega

A bala em si e nessa fatal agulha

Que e a cabeça – e nunca mais nega

O fazer poético do qual se orgulha





E assim a bala vai a ele levando

Em alvo, em culatra, em banzo e mira

Pois sabe desse butim surreal quando

Faz do Poetar um incrível arco de Lira!



-0-





Para George Harrison



30 de Novembro de 2001 (In Memoriam)





Vocês vão continuar

Eu fico por aqui

Eu tenho pena de vocês

Tudo e um caminhar

Como uma eterna busca

Eu venci meu percurso

Agora vocês vão sozinhos

Eu mudo de dimensão

Combati o bom combate

Talvez haja um lugar

Aonde todos se reencontram

Alguma coisa sobrevivera

Por favor, sejam dignos

Humanitários, coerentes

Eu aqui me liberto



...........................................





-0-















BOEMIO PELA PROPRIA NATUREZA



(Quase haikai)













O louva-a-Deus

Cheira

Cerveja Preta



-0-

















CAOS URBANO



Fechem As portas

Abram os olhos

Entreguem pra Deus

Os seus reclamos





Fechem os livros

Abram as mentes

Tudo esta pronto

Para os estágios





Fechem as grades

Sigam as placas

Usem os domínios

Para os escapes





Fechem os filhos

Tranquem os butins

E chegada a hora

O diabo esta solto





..........................





(Fechem os olhos

E atirem primeiro)



-0-







ÓTICA PÓSTUMA





(Poemeto quase haikai)





Ri-me

De mim

Quando vi-me

Verme





-0-













FIM























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