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Poesias-->Infância, estrelas e afins -- 04/12/2002 - 17:12 (Fabiano Conte) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Se tivesse sido criado entre campos,

Lagos, arbustos e rios, talvez pudesse

Até produzir belos poemas dizendo destas

Coisas próprias e anteriores.; entretanto,

Delas não possuo sequer a falta, confirmando

O tolo e óbvio empirismo de não ter-se

Saudade do que não, ao menos, se conhece.



Minha infância passou-se entre um jardim

Suspenso que permitia-me alguns insetos

Voadores (os vasos de minha avó

pendurados ao teto).;

Quatro paredes (principalmente), e

Grandes devaneios sobre pequenos conceitos

Que eram-me como coisas concretas.;

Por este motivo, a maior distância

Que consigo de mim mesmo

É a de estar-me observando de

Um lado de fora que não é nada

Senão frestas nas paredes e

Tetos de minh’alma.



Tudo o que sei da natureza diz

Respeito a uma natureza recriada.;

O riacho que corria à porta de casa era

Uma grande avenida, a qual servia-me para

Saber de animais em bando quando havia

Morte e necessidade de afastamento para

Que todos não rissem ainda mais

Perto do corpo estilhaçado:

Acredito que por isto desde cedo soube de

Uma maldade humana que não consigo definir,

E dela disparei para um outro lado como

Aqueles foguetes que via decolando na TV, os

Mesmos que eu tentava encontrar quando a luz faltava.

(Qual criança nascida em uma cidade, depois da

segunda metade do século XX, não foi ao menos

um grande piloto de nave estelar?)



Foi em uma destas faltas de luz que reparei

Pela primeira vez nas estrelas, e decidi que

Elas seriam as primeiras coisas transferidas

À cobertura de minha inconsciência

Para que as paredes, a partir disto,

Cobrissem-se de algo bom, nem que

Houvesse aflição e pesar, pela incompatibilidade

Com a realidade baça com a qual minha consciência

Mais tarde se depararia.



24/02/97

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