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Poesias-->Lapsos 3 -- 04/12/2002 - 17:16 (Fabiano Conte) |
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Parte I
Fiquei-me vago,
Vácuo de dobras a
Encher-me de vazio e
Cruzar as ruas oco como
Se estivesse em negação.
Fiquei-me calmo,
Silencioso da dor no peito
Pela falta do que expressar-me ao ego
E pelo saber que o fim de uma paixão
E a morte apresentam-se sempre iguais:
Iguais por serem a expulsão veloz de
Tudo o que houve certa vez de felicidade
Pelo instante único de dor.
Encontrei-a ontem pela rua e
Certa luz que atrás dela estava
Ofuscou seu rosto.;
Mal pude ver sua linda face ao
Ouvir meu ridículo:
- Oi.
Daqueles que melhor seria se
Permanecesse calado.
Meu amor talvez estivesse tão fantástica
E bucólica quanto impossível Marília que
Sequer o mais insano Dirceu poderia imaginar
E tudo, tudo o que pude
Dizer foi um ridículo:
- Oi.
Daqueles que melhor seria se
Permanecesse calado.
(O amor é pétala
a qual doa-se
em partes.
Perda de um fardo não
Pertencente executada
Aos poucos, somente a
Uno ser.
O amor não é
Muitos: outros mais
E ademais fardos jamais
De sua carne serão compostos.
De frustração é que
Realmente se levantam,
Disfarçados de real prazer,
De busca do que não se cumpriu,
De única esperança,
Esta tentativa antecipada de
Apagar um não-ser, da qual
Os homens jamais deveriam
Aguardar o reencontro)
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