No leito cintilas um tenro perfume
Dos teus nublados olhos esquecidos
No peitoral ângulo embebidos
Aromas, sabores, as mãos e o lume
Vagam fadas nos raios sibilantes
Que em minha mente embrenham-se assim
Vênus, Afrodite, e o Serafim
Nas linhas utópicas vêm flamantes
Lacrimejam mente, coração e alma
Numa volúpia ritmada que acalma
Andrógena, antiga e grega ferida
Unidos de novo à luz d’aurora
Esvai-se aquela chaga que apavora
E ao escuro canto, jaz esquecida
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