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Poesias-->Canto dos Deuses (Ode a Ti) -- 05/12/2002 - 14:06 (Marcelo Barreto Pereira Bezerra) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Canto dos Deuses (Ode a Ti)





I - Prólogo



Cantai, dedos escribas! Cantai!

Celebrai o que a vós é dádiva.

Cantai

Porque não faculta em meu peito

A qualidade de inerte

Ante o que expões o mundo

Aos olhos de belo.



Cantai!

Permiti à fascinação,

Hópede das lágrimas que verto por ora,

Embeber a tinta escura

Da pena vossa santa.



Ó, filho cantantes de Febo,

Sejais impulsivos,

Cantai! Cantai!

Obtende da lira o encanto

Que à chama indolente

Em que vos arde o coração

Há de abrandar.



Cantai!

Não sois já capaz

De às artérias ainda reterdes

A paixão complacente

Que à vista do mundo

Teima em saltar.



Cantai

Porque é ofício vosso o canto.

Cantai!





II - Homenagem do Sol



Do Sol,

Banhando-se no mar azul em repouso,

Doudas labaredas escapavam.;

Mergulhavam de mar a mar

E, numa dança louca,

Carriam a ti, lamber-te a face corada.



Os raios erravam

Pelo teu corpo em torno,

Preenchendo o cenário,

Qual os pincéis de mago pintor,

Com a luz vermelha

Que as tuas curvas cingia.



Brilhava teu rosto

Qual Vésper brilha

Em meio ao arrebol,

Ante o Sol que esfria...

À tardinha, a claridade,

Parecia, dos teus olhos emanava.



Vi-te assim jamais, tão bela!

E mesmo não o vira Vésper.

Inda Apolo, deus-sol,

Atônito sorria...

Proporcionara-lhes a vida terrena,

Em tempo algum, ou a divina,

Contentamento à alma superior!





III - O Beijo dos Mares



Netuno, de onde no oceano

Não mais aponta a claridade,

Lançava, erguido o símbolo seu

De máximo poder, tridente dourado,

Ondas e ondas e ondas...



Flutuavam imponentes,

Majestosas ondas,

Elevando a crista

Ornada pela espuma branca,

Presente dos Mares, deus-mar.



...E espraiavam sobre ti...

Tão suaves beijavam

Teus pés de porcelana

Que tremias inteiro o corpo

E sorrias.



Percorriam o contorno curvilíneo

Que te define,

Na terra marcando

O que a terra mesmo protegerá:

Eterna, tua silhueta.



Imagem imortal desde então há

Que a Netune lembrança recobre,

Emtempo presente, futuro,

O que aos olhos sempre encante:

Os limites mágicos do que há

Sobre a terra, em meio ao céu,

De mais puro e belo.





IV - A Brisa, o Cântico



Vinda do infinito,

Soprada por pulmões d ouro, abençoados,

Também a Brisa

Percorria toda a extensão sedosa

Da tez tua molhada

Que ao crepúsculo luzia.



Acariciava-te tenra a pele, os pêlos,

Como como gota de orvalho

Que, sob o olhar de Aurora,

Pétala rosácea alisa.



E não distante estás de rosa...

Beijava-te a Brisa,

E como à súplica sua atendesse,

Desabrochou o teu rosto um sorriso

Sublime quão só desabrocha a rosa,

Permitindo aos teus lábios

O beijo doce q vinha a Brisa oferecer.



Satisfação tão intensa

Nos pulmões dourados reinou

Que os ventos então

Correriam mundos

A tua beleza cantar.





V - O Choro das Gaivotas



As gaivotas até,

Que agraciam os ares de todos os mares,

Planavam, terno o olhar, no céu,

Contemplando a imagem,

Pintura divina,

Do teu corpo nú.



Alegria transbordava-lhes dos olhos,

Que lacrimejavam e brilhavam

Tão reluzentes que diamantes pareciam.

E se diamantes fossem,

Arrancá-los-iam em reverência a ti.



Da alegria, contudo, a dor.

Dotaram-lhes os santos de visão santa,

Mas deram-lhes garras e bico.

Como tocar-te?

Como beijar-te?



Cortaram-se uma às outras, então,

E lançaram-se no mar que te banhava.

Desfeitas em sangue e lágrimas, solvidas em água,

Envolveriam, enfim, todo o teu corpo.



Ai! Deitada assim,

Molemente à beira-mar,

Ensandecias o mundo e os mundanos.





VI - Coda



Ah! Musa minha,

Doce ninfa,

Perdoa-me! Perdoa-me!



Sob inveja padeço,

Das divindades todas do Olimpo,

Ante o dom a mim negado

De homenagem digna sequer

Prestar a ti,



Proficuidade augusta,

Os deuses celebram, e a Natureza mãe,

A beleza infinda que encerras,

Criação sua excelente.



A mim,

Menestrel ordinário,

Perdido entre tantos iguais,

Algumas poucas letras

E palavras apenas

Foram-me como ferramentas

Ao festejo legadas.



Quisesse eu

Constituir-me dos povos o núncio

E sensação insigne,

Por testemunho concebida,

Da manifestação sobre ti divina,

Com os povos mesmo compartí-la,

O sucesso, jamais tocá-lo-ia.



É-me e aos homens

A inépcia de poeta inerente,

Por encantado, diante

Do quadro inefável

Em que figuravas, inebriante.



É-me e aos homens,

Sentimento tal indizível,

Impossível expandí-lo.



Ah! Musa minha,

Doce ninfa,

Perdoa o servo teu indigno,

Trovador incapaz.

Perdoa-me! Perdoa-me!





24/03/2000
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