Quão solitário é o vento
Na boca negra da noite.
É fantasma sem alento,
Buscando incerto pernoite.
Corta impetuoso o varzedo,
Busca um asilo na grota,
Ninguém entende o seu medo
Todos lhe fecham a porta.
Então, guaipeca enxotado,
Vendo um mendigo no orvalho,
Sopra maldoso, irritado,
Rouba-lhe o parco agasalho.
Oh! vento, que outro nome
Poderei eu dar-te agora
És a criança com fome
Que, em vão, a piedade implora. |