O coraçao amante bate sereno
Para sucçao sanguinea do poeta,
Individuo estranho e profeta
A falar de amor nunca obsceno.
Este ser repudiado e pequeno,
Diante da cupidez predileta,
Do amor, sua visao sempre objeta,
Do anjo e´ sublime o aceno.
Vive a penar como alma errante,
Deixando vestigios luminosos
Aqui e ali em passo triunfante.
Mesmo na ruina sua emoçao
Transcende o agora em voo arfante
E vai onde nunca vai a razao.
(Jeovah de Moura Nunes)
do livro "Pleorama" pag. 71 |