A BOLA
Brincava com uma bola pequena
Achando que era um brinquedo,
Jogava a bola sem pena,
Sem fome, sem sede, sem medo.
Assim era aquele menino,
Vivia talvez esquecido.
Não via que seu desatino
Deixava o céu comovido.
Um dia acordou muito cedo
E viu que a bola girava.
Ficou a olhar sem remedo
Enquanto a bola rodava.
Pasmado com seu movimento,
Sentiu um olor mui profundo
De rosas pendentes no vento,
Só então viu que a bola era o mundo.
© Fernando Tanajura Menezes
(n. 1943 - )
(in Cântico das rosas - João Scortecci Editora
São Paulo/SP - 1997)
http://tanajura.cjb.net
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