Sortilégio
Quem não vê em ti tanta beleza,
Perdeu inconsciente os sentidos.
Não falam por negar a natureza
Ou calam-se de inveja os preteridos.
Quisera que te vissem como eu vi
Nua efígie branca portal de desejo e ânsia.
Como olhei, beijei, toquei e senti,
O púbis negro, de pêssego fragrância.
Naquele dia de verão, orava em pensamento.
Inda que por um instante, por Deus ser atendido,
Por um passe ou milagre, que ali parasse o tempo.
Embora breve, mas singelo e eterno o momento
Para sempre guardar segredo no coração cativo,
Encantado, pelo sortilégio...de um dia ter-te tido.
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