140 usuários online |
| |
|
Poesias-->Como um pequeno homem grande -- 06/12/2002 - 23:36 (JORGE LUIZ GOMES DOS REIS) |
|
|
| |
A boca mais louca
Deixou minha pele rouca
E a eternidade pouca
Quando tiramos a roupa...
Nos despimos da certeza
Nos enchemos de beleza
Nem caçador, nem presa
Somente luz de estrelas
A constelar nosso tempo
Tempo de esquecer do que lembro
Esquecer que não temos tempo
Pra devaneios e alentos
O tempo todo a sermos fortes
E agradecer por cada corte
Agradecer a falta de sorte
Querer ser mais que Pixote
Essa é a hora
Em que ninguém nos olha
Ninguém julga, ri ou chora
Então vamos embora
Brincar de ser feliz
Ser ator, ser atriz
Eu não falo, tu não diz
Deixar tudo por um triz
Deixar a emoção fluir
Esquecer a hora de ir
Deixar vir, o que sentir
Sem fingir, sem mentir
Só por alguns instantes
Misturar o humano e amantes
Esquecer quem éramos antes
E descobrir no fim a chance
De sermos gente, enfim
Que existe mais em mim
Existe emoção no fim
De cada gesto chinfrim
Depois saberemos quem somos
Depois decidiremos onde vamos
Se ficamos, se nos separamos
Se é verdade que eu te amo...
A vida nos prega peças
Eu que não estava mais nessa
Despercebido vivia com pressa
Como quem vê e não enxerga
Que é preciso sermos gente
É preciso deixar tudo quente
É preciso que se tente
Deixar fluir o que se sente
Gritar, sentir o peito ofegante
Mesmo que por instantes
Saber que nada é importante, e
Reluzir como um falso brilhante...
Esquecer de ontem e de amanhã
Pensar na alegria órfã
De uma taça de champanhe
Que me embriague e me ganhe...
Como um pequeno homem grande...
|
|