Não sou nada, não sou ninguém
Ínfima, assim me chamam
Pérfida sou para quem me ama
Não sei o que faço nesta vida
Vejo-me como mera passageira
Andando sem rumo, ao acaso
Dando voltas sobre meus passos
Retornando ao ponto de partida
O que fiz nesta vida?
Rejeitei a maternidade
Não plantei uma florzinha sequer
Escrever – faço-o na terceira idade
E, agora, próxima da morte
Aguardo meu julgamento.
02/12/02
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