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Artigos-->TRECHO DO DIÁRIO DE UMA MENINA ESTUPRADA -- 02/02/2002 - 14:35 (denison_obras selecionadas) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Mas como? Dominei-me, pequenina, mas não havia como expressá-lo de forma que alguém entendesse. Se havia palavras para aquele fato, eu era pequena demais para encontrá-las. De repente assaltou-me o medo de que, transcendendo minha idade, elas pudessem aparecer, essas palavras, e ter de pronunciá-las pareceu-me mais terrível que participar do próprio ato.



Experimentar de novo aquela coisa tão real ali embaixo, dentro de mim, de outro modo, transformada, escutar-me admitindo tudo aquilo – para isso me faltavam forças.

Naturalmente é lugar comum afirmar que naquele tempo já sentira que algo acontecera na minha vida, que algo entrara nela diretamente; algo que eu teria de andar sozinha para sempre e sempre. A vida é o único curso onde não há aulas para principiantes. Ela já surge avançada, complexa.



Vejo-me na minha caminha de grade, deitada sem dormir, prevendo que a vida seria assim: cheia de coisas singulares, que se destinam a apenas uma pessoa, e que não se pode compartilhar. O certo é que brotou em mim um orgulho triste e pesado. Fiquei imaginando como se anda por aí, cheia de coisas interiores, e em silêncio. Naquele nobre instante, onde decidi definitivamente perdoar o meu agressor, senti uma oceânica simpatia pelos adultos, que têm, todos eles, sem exceção, de guardar, em silêncio, suas misérias, imagens, suas experiências terríveis. Naquele momento, quieto como uma manhã campestre, senti, de fato, uma imensa simpatia pelos adultos.



02 fev 2002



&
61623; Texto original de Denison &
61529;

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