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Cronicas-->As aventuras do homem-casulo -- 21/07/2002 - 16:17 (Jayme de Oliveira Filho) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Ora, pois, se não era ele! Em plena luz do dia - quem haveria de dizer - bem perto de um sujeito aos berros com o gerente do super mercado. Ali estava, plantado, olhando... o homem-casulo.

O tal sujeito gritava porque havia comprado um daqueles produtos `premiados´ com um `pequeno defeito´ que inviabilizava o seu uso. Aliás, coisa normal; cotidiana. Pela exaltação das palavras e volume da voz, o cidadão parecia estar querendo ter seu prejuízo ressarcido, só que o gerente mantinha-se irredutível, insistindo em argumentar que não era responsável por aquilo, não tendo, portanto, razão para ressarcir nada a ninguém. Impávido, lúcido e quieto como uma cobra pronta para dar o bote, o homem-casulo assistia a tudo.

Quase quinze minutos de discussão e o gerente finalmente cedeu. Disse ao sujeito que procurasse, identificasse, e fosse, munido da nota fiscal de compra da mercadoria, ao mesmo caixa que o atendera há sabe lá quantos dias, para receber de volta o dinheiro pago. Aquilo, continuou dizendo, era uma prova irrefutável do seu profundo respeito pelos clientes, coisa e tal. Empolgado e já querendo tirar proveito da situação, o gerente ia até improvisando um discurso para a pequena multidão que assistia ao embate quando, antes que pudesse dizer qualquer outra palavra, recebeu uma bela sacolada na orelha. Um pouco pálido mas com a mesma aparência irretocável, o homem-casulo continuou ali, olhando.

O gerente se restabelecia lentamente do susto que o sopapo lhe causara e acabou não vendo o sujeito retirar-se indignado e trêmulo de ódio. Para a direção oposta rumou o nosso herói. Ele, assim como o agressor, também portava uma pequena sacola nas mãos. Parou em frente ao mesmo caixa que o atendera umas três semanas antes, sacou do bolso um punhado de notas fiscais, selecionou algumas, retirou da sacola uns três ou quatro produtos `premiados e recebeu a quantia paga de volta. Saiu ileso. Não deu uma palavra. - Este homem-casulo é mesmo um exemplo!

Quão pobre e rude era aquele outro sujeito. Tão distante da verdadeira sabedoria! Se não estivesse sempre dentro do seu casulo palaciano, tenho certeza que nosso herói lhe daria uma bela lição de vida. Imagino até quais seriam suas palavras: "Espere, meu filho! Espere que sempre vai aparecer um trouxa pra fazer o trabalho sujo por você!"

- Quer mesmo saber a verdade? Temo estarmos todos diante de um novo tipo de revolução, onde aqueles que fazem as coisas acontecerem viram vilões, enquanto os que desfrutam passivamente dos benefícios são transformados em heróis. É a revolução impossível dos meninos bons! Ou seria a revolução hipócrita dos homens-casulo?
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