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Poesias-->Caminhos Incertos em Trilhas Incorretas -- 07/12/2002 - 03:55 (Luiz Alberto de Andrade) |
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Caminhos Incertos em Trilhas Incorretas
Ás vezes eu me pergunto.;
Porquê é que eu sou assim?
Eu vasculho minha mente.;
Mas não acho a resposta.;
Pra mim já chega.;
Eu não suporto mais ser correto.;
Já não suporto ser diferente.;
Eu não quero mais viver.;
Como posso ser correto?
O que é ser correto?
O que há de certo no correto?
Quando se está errado.;
Como saber se está correto ou errado?
Quando não se sabe a diferença.;
Eu sigo meu discernimento.;
Sigo pelo lado que me parece mais correto.;
Eu estou entristecido novamente.;
Porque sempre se gosta de quem não se deve?
E a quem se deve gostar, não é quem interessa.
Caminhos errados em trilhas incorretas...Ai de mim!
Como não viver se a vida é o que me resta?
Como viver esta vida errada?
Eu nasci no local errado, na época errada.;
Eu queria renascer em minha mente.;
Eu sou um perdedor.;
Perdido no tempo.;
Perdido em sonhos.;
Aprisionado em um mundo real.;
Eu sou uma águia sem asas.;
Um peixe sem guelras.;
Um homem sem alma.;
Uma alma sem corpo.;
Como seguir a vida?
Se a vida quer que eu a guie.;
Como ser alguém?
Se alguém não quer seu eu.;
Como fazer a escolha certa?
Se o certo está errado.;
Como sair do mundo?
Se o mundo está trancado.;
Como não ser triste?
Se eu sou feito de tristeza.;
Como posso ser feito de tristeza?
Se eu nasci sob a luz alegre.;
Como eu posso ser tão fraco?
Quando eu suporto mais tristeza do que muitos.;
Como saber se os outros muito não suportam mais do eu?
Sendo mesmo assim mais fracos do que eu.;
Como ser forte?
Se a força vem da luz.;
Como não ser fraco?
Caminhando sem ver.;
Como ver se tudo é escuro?
Como ver se a luz me ofusca?
Será melhor não ver?
Ou será melhor correr?
Eu corro demais.;
Corro de tudo.;
Corro do medo, da tristeza.;
Corro da solidão, corro até da felicidade.;
Já chega, serei diferente.;
Eu quero ser diferente.;
Quero voar por cima de todos.;
Quero trilhar caminhos incorretos na contramão.;
Eu desafio o medo.;
Venha e lute comigo.;
Pois eu sei que vencerei.;
A vida quer ser guiada e eu a guiarei.;
O destino que me derrube.;
Eu levantarei, como sempre fiz.;
Como sempre farei.;
Eu não estou triste, apenas digo que estou.;
Eu sou um poeta amargurado.;
E sofrer é minha função.;
Função que é só minha.;
Embora muitos também a cumpram.;
Eu só queria ver as estrelas.;
O orvalho das árvores gotejantes.;
Queria sentir o perfume das flores.;
Queria sair deste planeta.;
Eu sou implacável.;
Em meu êxtase ninguém pode comigo.;
Estou preso neste mundo real.;
Realidade quebrável e pobre.;
Onde foi ninguém?
Alguém o procura.;
Queria eu ir para uma bela terra.;
Onde eu escrevesse sobre coisas belas.;
Quem é alguém?
Será que sou eu?
Não pode ser, pois eu sou ninguém.;
Será que alguém pode me responder?
Eu sou ninguém e alguém.;
Sou nada e sou tudo.;
Sou a luz e as trevas.;
Sou um caminho incerto em uma trilha incorreta.
Tristan Flyand
(21/11/02)
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