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| Poesias-->Amor Maldito -- 07/12/2002 - 04:04 (Luiz Alberto de Andrade) |
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Amor maldito
Eu não sei, não sei o que escrever.;
O que pensar, não sei mais de nada.;
Apenas deixarei que meu coração fale por si só.;
Eu sempre pensei controlá-lo, mas eu me enganei.;
Eu estou vazio, triste, sem objetivos.;
Cansado, minguado, acabado.;
Maldito seja o amor.;
Dizem ser o mais forte sentimento.;
Mas isso não é verdade.;
O amor é apenas um sentimento egoísta.;
Que ilude, alegra e no final leva tudo.;
Inclusive as forças da alma.;
Eu vejo um cachorro solitário.;
Com frio e fome, abandonado no escuro da noite.;
Em seu olhar não há esperança.;
Não há nada alem de um brilho em seus olhos minguantes.;
A força de sua alma, a força de sua invulnerabilidade.;
Quem me dera ser forte.;
Por mais que eu negue, é isso que eu quero.;
Reconhecimento, respeito, felicidade.;
Eu vejo pessoas felizes.;
Mas não consigo ser.;
Meu coração não me deixa ser.;
Ele é egoísta, quer tudo pra si.;
Minha cabeça dói tanto quanto meu corpo.;
Talvez pelo efeito do álcool.;
Talvez por não ter mais forças.;
Eu queria poder não existir mais.;
Mas não é esse meu destino.;
Maldito destino, incompreensível.;
Imutável, incontrolável.;
Maldito seja eu, meu coração.;
Desgraçado amor inacabável.;
Desgraçada vida a minha.;
Por mais que eu pense estar livre do encanto.;
Eu sempre vejo que não estou.;
Meu peito sempre clama pela mesma pessoa.;
Não há fim, não há.;
Eu não consigo desistir.;
Eu não consigo prosseguir.;
Não consigo mais escrever.;
Mais eu sempre escrevo mais e mais.;
E o combustível da minha alma.;
Não é o tão visado amor.;
Existe algo mais forte.;
Algo de grande poder.;
Algo que persiste, e que nunca me abandona.;
Algo que eu não sei o que é.;
Que eu não quero saber o que é.;
Maldito mundo, maldito sofrimento.;
Por mais que eu negue.;
Eu ainda amo e amo e isso me enfraquece.;
E ela não me sai mais do coração.;
Maldito coração que me controla.;
Que me derruba e me pisa.;
Que gosta de sofrer e não melhora.;
Maldito amor, maldito coração.;
Que não me deixa escrever o que eu quero.
Tristan Flyand
(27/10/02)
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