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Poesias-->Sem Fim -- 07/12/2002 - 04:22 (Luiz Alberto de Andrade) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Sem fim



Estou correndo desesperado.;

Eu tento fugir desse lugar.;

Mas parece não haver saída.;

Eu corro, corro e corro mais.;

Vou a toda velocidade possível.;

Mas não consigo sair dessa escuridão.;

Eles estão atrás de mim.;

Parece que se aproximam.;

Eu escuto gritos horrendos por todos os lados.;

Sinto que estão me alcançando.;

Minhas pernas estão fracas.;

Eu não consigo mais respirar.;

Eles vão me alcançar.;

Não há saída, eu não encontro a luz.;

Não há como fugir desse lugar.;

Eu posso escutar seus passos pesados.;

E sua respiração ofegante e chiada.;

Ouço seus sussurros enraivecidos.;

Mas eu não paro, pois agora eu vejo uma luz.;

Eu vou alcançá-la, eu vencerei.;

Já não agüento mais correr.;

E a luz parece se esvair.;

Eles me pegarão, eu vou desistir.;

Estou cansado, eu vou cair.;

Já posso sentir seu bafo imundo.;

Quem são eles?

O que eles querem?

Isso eu não sei, apenas sei que vou parar.;

Vou enfrentá-los.;

Eu não agüento mais correr.;

Chegou à hora, enfrentar-lhes ei.;

Tomarei coragem e pararei.;

E ao olhar para trás.;

Nada vejo alem da escuridão.;

Os gritos cessam.;

Os sussurros e as passadas também.;

Não há nada aqui, estou sozinho.;

Eu e minha companheira solidão.;

Sozinhos na escuridão, invulneráveis ao fim.;

Imperecíveis, eternos, inabaláveis.;

Somos um só, somos o tudo e o nada.;

Somos o começo e o fim.;

Somos uma doença sem cura.;

Somos a luz sem fim.



Tristan Flyand (27/11/02)









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