Aparentemente nada
conscientemente um suicídio
suicidamente, a entrega
do teu corpo, da tua mente, do teu tudo
e os dias nascem sob névoas de carbono
enquanto beijo de uísque teu corpo em prantos
há tanto o que dizer em olhares mudos
mas prefiro mentir quando a porta bate para sempre
então só, sonho outra vez e fujo
da gravata, do preservativo, do metrô
meço a agonia da vida
pelas solas gastas de meus sapatos rotos
Aparentemente nada - mas sou eu
em meio às trevas de minha ilha de carne urbana
buscando fantasmas, disfarçando asmas, cegos andares
beijando baratas, amando bonecas, falando sozinho.
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