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Poesias-->O beijo da boca da noite -- 07/12/2002 - 20:39 (Antonio Carlos Garcia Pezente) |
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O beijo da boca da noite
Recuso-me a te olhar!
Prefiro caminhar nesta cega agonia
pelas ruas batidas pelo luar,
mas não te quero ver.
Teu olhar, singelo enfeite
da noite que se aproxima,
esconde-se por traz de sua própria
sombra. O medo o alucina.
Escondendo-se, tenta penetrar
pela areia. Pobre demente!
Pois não vês que na areia
pode nascer a semente
da flor que tanto receias?
Ah! Preferes continuar?
Então olhe bem o caminho que segues
passe pela areia
acompanha tua sombra...
Otário! Não vês que na areia
ficam as marcas do teu caminhar?
Não vês que a sombra, na qual te escondes,
não pode te acompanhar?
Desistes? Sim, vejo tua derrota.
Abriste os olhos na curva da rua,
não negues. Eu vi!
Eu vi teus olhos a brilhar
no breve instante em que o luar
veio te beijar.
Vês... o medo que te seguia
era apenas insegurança
do caminha em que ias.
Vês... de tua desconfiança
pelo beijo da lua, nada restou.
E na carícia
que sentes... adormecestes.
Acorda!
Acorda que já é dia!...
Pezente.
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