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Contos-->O Açougue -- 26/09/2002 - 11:51 (Zerbinato) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Mais uma rígida noite de inverno na cidade. No centro, os gigantescos edifícios comerciais que há poucas horas exalavam vida, agora compõe um fúnebre dueto com o asfalto velho e esburacado das ruas escuras e seminuas.
Seminuas estão também as donas dessas ruas, mesmo nesse frio insuportável elas fazem questão de expor o seu material de trabalho. Elas sabem bem que é no frio que os clientes mais as procuram.
Esses vêm sedentos e famintos, incontroláveis e ansiosos, passeiam com seus carros importados em uma velocidade absurdamente lenta.
Passam milhares de vezes pelas mesmas ruas, para eles, as calçadas são como vitrines de açougues, não um açougue comum, mas sim um açougue humano, de desejos e luxúria. Meticulosamente escolhem as melhores peças de carne, um belo pernil aqui, um filet mignon acolá, talvez esta noite um belo peito de chester seja o ideal para saciar e aquecer as mentes depravadas.
Alguns se contentam com uma miúda carne de 2º e outros até dão preferência para um bom punhado de lingüiça, mas essas peças só ficam expostas na parte mais imunda da colossal vitrine, mas quem se importa?
Aqui quem manda são os desejos mundanos, financiados por uma gorda conta bancária e incentivados por um não-sei-o-quê de curiosidade e aflição.
A noite se esvai por entre os primeiros flashes de luzes de uma pálida manhã. O fluxo e a velocidade dos carros aumentam bruscamente e o imenso açougue fechas suas vitrines. Os prédios, outrora silenciosos e sombrios voltam a exalar vida, encerrando assim sua mais rentável e procurada atividade. Até o próximo anoitecer muita coisa há de vir e com certeza novos clientes irão percorrer os decadentes corredores daquele impuro açougue de fetiche, luxúria e prazer.
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