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Artigos-->QUEM FOI J. J. DE OLIVEIRA FILHO? -- 26/07/2010 - 14:28 (Mário Ribeiro Martins) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
QUEM FOI J. J. DE OLIVEIRA FILHO?





Mario Ribeiro Martins*



J. J. de Oliveira Filho(José Joaquim de Oliveira Filho) nasceu em Corrente, Piauí, em 19.05.1904. Filho do Capitão José Joaquim de Oliveira e Zelinda Nogueira de Oliveira, que eram fazendeiros. Os seus ancestrais eram portugueses com ascendência judaica.



Após os estudos primários em sua terra natal, deslocou-se para outros centros, onde também estudou.



Em 1916, com 12 anos, converteu-se ao evangelho. Em 1919, com 15 anos, foi batizado e leu a Bíblia toda ainda`criança. Em 1925, com 21 anos de idade, foi para Recife, Pernambuco. Tornou-se aluno do Colégio Americano Batista e depois do Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil. Permaneceu nesta instituição até 1931.



No dia 09.08.1932, com 28 anos, foi consagrado ao Ministério Batista, na cidade de Amarante, Piauí. Tornou-se Pastor de Amarante, Segunda de Teresina e Solidão(hoje Landri Sales).



Em 16.11.1934, com 30 anos, casou-se com Zilda Moreira de Oliveira, com quem teve vários filhos. Zilda era filha de um diácono da Igreja de Solidão, Zacheu Martins Moreira e Rita Linhares Moreira, também com ascendência portuguesa-judaica.



Em 1937, com 33 anos, foi nomeado missionário da Junta de Missões Nacionais, da Convenção Batista Brasileira. Foi para o norte de Goiás, hoje Tocantins. Entre 1937 e 1988(51 anos), trabalhou em Natividade, Porto Nacional, Pedro Afonso, Babaçulândia e Filadélfia(Tocantins) e Carolina(Maranhão).



Passou por Tocantinopolis, Araguaina e Estreito(Ma) iniciando o trabalho evangélico. Durante muitos anos foi professor do Instituto Teológico Batista de Carolina.



Faleceu em 15.07.1988, com 84 anos de idade. Deixou 5 filhos, sendo um deles, Pastor, Dr. Zaqueu Moreira de Oliveira. O mais velho é Zorando, que atuou como advogado e assessor legislativo, sendo hoje aposentado. Os demais são Zelinda Rita (professora e funcionária pública federal), Zenon (advogado) e Zorildo (engenheiro civil). Deixou 17 netos e 4 bisnetos.

A descendência de J. J. de Oliveira Filho hoje é constituída de 5 filhos, 18 netos, 24 bisnetos e 5 trinetos.



Os filhos de Zorando são Niúra Christine, Zorando Júnior e Claudia Giulliane. Niúra Christine tem um filho, Rodrigo.



Zorando Júnior tem três filhos e dois netos. Os filhos são Gabriela, Mariana e Anaclara, e os netos são Manoela e Miguel, que são filhos de Gabriela.



Zaqueu tem como filhos, Greiton (pastor e engenheiro mecânico), Gleida (médica geriatra) e Glênisson (doutor em química quântica, professor universitário e pesquisador). Greiton tem dois filhos, Greiton Gadiel e Levi Hadriel. Gleida tem apenas um filho, Timóteo.



Glênisson tem três filhos, Joshua Josiah, David Zaqueu e Daniel Silas. Os filhos de Zelinda são Ronaldo Tébio, Susie, Márcia Maria, Cristine e Marcelo. Ronaldo Tébio tem três filhos: Gustavo Tébio, Lucas Tébio e Júlia. Os filhos de Susie são Marina, Diogo e Carolina, tendo Marina uma filha, Sofia. Cristine tem Danielle, Pedro Henrique e Isabella, tendo Danielle 2 filhos, Ana Clara e Rebeca.



Os filhos de Marcelo são Iuna, Camila e Cainã. Zenon tem como filhos: Isabella, Diogo e Renata, tendo a última uma filha, Isadora. Os filhos de Zorildo são Raquel, Roberta, Rebeca e Paulo, tendo Raquel um filho, Alexandre.



A esposa de Oliveira Filho, Zilda Moreira de Oliveira, foi professora no Tocantins, e enfermeira em Carolina, Maranhão.



Faleceu em 17.05.1976, vitima de câncer.



O pastor Oliveira Filho serviu 56 anos como Pastor e 51 anos, como Missionário da JMN.



Em janeiro de 1988, com quase 84 anos, seis meses antes de sua morte, recebeu expressiva homenagem da Junta de Missões Nacionais, por ocasião da 69ª Assembléia da Convenção Batista Brasileira, em Brasília.



Sua velha Bíblia, lida 176 vezes, está hoje no MUSEU DO SEMINÁRIO TEOLÓGICO BATISTA DO NORTE DO BRASIL, no Recife.



No relatório apresentado à 70ª Assembléia da CBB, em janeiro de 1989, em Fortaleza, Ceará, o então Executivo da JMN, Pastor Oliveira de Araújo, sobre ele escreveu.



Seu filho Pastor Dr. Zaqueu Moreira de Oliveira o chamou “MISSIONÁRIO DO SILÊNCIO”, porque não se comprazia em falar ou escrever sobre si mesmo.



A seguir carta do meu ORIENTADOR de Mestrado, Dr. Zaqueu sobre seu pai.



MEU PAI E EU



Ainda criança, eu me tornei fã número um de meu pai, J. J. de Oliveira Filho, que apesar de ser pequeno fisicamente, era um verdadeiro gigante no serviço do Senhor. Isso me conduzia a tentar seguir os seus passos até mesmo em suas idiossincrasias. Não sei o que aconteceu com ele para que passasse a ostentar um nariz sinuoso. Mas explico o porquê da sinuosidade do meu.



Desde cedo em minha vida eu tinha deficiência visual. Mas como um bom Zaqueu, gostava de subir em árvores. Caí muitas vezes, pois quando ia pegar um galho, o meu estrabismo me levava a ver dois, e quando tentava alcançar o galho que não era, despencava da árvore no chão. Em uma dessas ocasiões quebrei o septo nasal, deixando um visível desvio no nariz. Minha mãe às vezes brincava comigo, dizendo que por tanto imitar o pai, eu tinha o nariz torto.



Meu pai era metódico, retraído, mas não descurava das suas obrigações, principalmente no que se referia à leitura da Palavra de Deus, que era feita diariamente. Ao partir para a presença de Deus, peguei na sua velha Bíblia um papel em que estava escrito: “Estou lendo a Bíblia pela 176ª vez”. Também lia sempre o seu querido O Jornal Batista, que recebia semanalmente e era por ele digerido do começo ao final. Baixinho e de cabelos brancos, retrucava quando alguém dizia que ele era magro, respondendo que não era magro e sim franzino.



O seu apego à verdade foi um dos maiores exemplos de vida para mim. A honestidade se expressava em cada palavra pronunciada. Com ele aprendi a escrever de forma correta a língua portuguesa, pois mesmo quando eu fazia curso universitário, ele não deixava de corrigir qualquer engano por mim cometido. Não é sem razão que conservo na minha cabeceira vários dicionários, léxicos e analíticos, nunca me envergonhando de abri-los, com ou sem testemunhas ao meu lado, sempre que surge uma dúvida. Escrever um “a” na forma minúscula quando deveria ser maiúscula, mesmo sendo colocado em tamanho gigante, era motivo de sua crítica: “Você escreveu um ‘a’ minúsculo grande e não ‘a’ maiúsculo”.



Eu e meu irmão mais velho, Zorando, saímos cedo de casa para estudar em maiores centros que distavam centenas de quilômetros, pois a única escola na cidade onde morávamos, Babaçulândia, no Tocantins, era a Batista, fundada por minha mãe.



Na ocasião eu tinha apenas 10 anos de idade. Quando voltávamos de férias, após um ou mesmo dois anos fora, meu pai já tinha uma viagem missionária programada para o “interior do interior”, a fazer em costas de burros, que demorava cerca de um mês.



Eu fazia questão de acompanhá-lo, não para protegê-lo ou ajudá-lo, pois ele sabia bem melhor do que eu “arriar” animais e fazer tudo o que era necessário para viajar, penetrando em florestas ou chapadões. Porém eu tinha prazer em ser parte daquele trabalho pioneiro. Interessante que minha mãe, mesmo saudosa do filho distante que estava em férias escolares, nunca reclamou da minha ausência naqueles períodos que se tornaram de aprendizado especial.



Meus estudos universitários de graduação e pós-graduação foram importantes. Porém aprendi mais ainda com meu pai, ao conversar com ele e observar as minúcias de suas palavras e atitudes no decorrer de cada dia, enquanto avançávamos pelas estradas poeirentas ou lamacentas de poucos centímetros de largura, que nos conduziam para lugares distantes.



No final da tarde, após viajar cerca de 60 quilômetros no passo do animal, pedíamos “rancho” a algum sertanejo em casas bem humildes, quase sempre com paredes de taipa e cobertura de palha.



Aqueles “matutos” eram sempre hospitaleiros para receber os que por ali passavam. Tirávamos os “arreios” dos burros, que ficavam pastando ali por perto, e se os hospedeiros não tivessem alimento para os visitantes, usávamos algo do que levávamos na bagagem que era conduzida nas garupas dos animais. Assim fazíamos a nossa refeição e a seguir armávamos as redes para descansar um pouco.



Nos locais onde nos arranchávamos, meninos ou adolescentes eram movimentados para ir às casas mais próximas (sendo algumas distantes até 12 quilômetros), a fim de convidar os “vizinhos” para participarem do culto em sua residência. Quase sempre, o trajeto era feito a pé. Logo mais chegavam as pessoas com o coração aberto para ouvir o que tínhamos para ministrar. Lembro-me que às vezes, meu pai terminava o culto e as pessoas demonstravam insatisfação com o pouco tempo usado na pregação e exclamavam: “Queremos ouvir mais”.



Em uma dessas ocasiões, meu pai estava bem cansado e se virou para mim, com meus 14 anos de idade, dizendo: “Agora é a sua vez”. Abri a Bíblia e fiz a meu modo a pregação, segundo a orientação do Senhor. E aqueles homens, mulheres e crianças saíam radiantes por terem ouvido dupla dose da mensagem do Senhor.



Aos 21 anos de idade, Pastor Oliveira Filho saiu de Corrente, no sul do Piauí, para estudar no Colégio Americano Batista e no Seminário do Norte, em Recife, mas por alguns motivos pessoais não concluiu o curso teológico, seguindo para o campo a fim de cumprir o seu chamado.



No Piauí recebeu imposição de mãos para o ministério da Palavra em 1932, e dois anos mais tarde se casou com Zilda Moreira de Oliveira. Após cinco anos no campo piauiense, seguiu para a região do Tocantins como missionário da Junta de Missões Nacionais. Assim cumpriu o seu ministério de 56 anos.



Lembro-me que no final de sua vida, certa ocasião ele olhou para mim, já pastor, e com os olhos marejados de lágrimas disse: “Tenho cumprido o ministério que o Senhor me entregou. Sinto-me mais do que realizado ao lhe ver seguindo os meus passos. Que Deus o abençoe como tem abençoado a mim”.



Confesso que tais palavras me deram força para prosseguir com muita coragem, fé e amor, até os dias presentes, quando já completei 51 anos como pastor.



Quando já viúvo, aposentado e bem idoso, J. J. de Oliveira Filho foi convidado para fazer uma série de palestras de cunho devocional no Seminário Equatorial, onde eu era professor.



Conhecendo algumas “peças” do alunado, fiquei preocupado com o que seriam aqueles estudos especiais ministrados por um provecto pastor do sertão, e questionava: “Será que esses momentos devocionais vão atender à expectativa?”



Mas “meu velho” surpreendeu a todos pelo conteúdo apresentado, inclusive a mim, demonstrando grande conhecimento não apenas do texto em si, mas de comentários abalizados sobre as passagens bíblicas por ele analisadas.



A sabedoria de meu pai era bem maior do que eu imaginava e estava muito além da minha, mesmo com cursos de graduação, Mestrado e Doutorado. A ele tive de me curvar, pois na verdade, no que se refere à Bíblia e ao viver cristão, Pastor Oliveira Filho se tornou aqui na terra o meu mestre por excelência.



Depois da assembléia da CBB em Vitória, em 1987, conversei com o Diretor Executivo da JMN, Pastor Oliveira de Araújo, e combinamos que eu iria levar meu pai à próxima assembléia em Brasília, onde ele seria homenageado de forma especial pela Junta de Missões Nacionais.



Assim, em janeiro de 1988, ele recebeu expressiva demonstração de amor dos batistas brasileiros. Sei que foram momentos preciosos para aquele idoso obreiro, assim como foi para todos os seus familiares. Ele, que nunca buscou qualquer vantagem para si, dali saiu glorificando a Deus e transferindo tudo o que havia recebido para o Senhor, a quem fielmente servia.



Seis meses depois, em 15 de julho daquele mesmo ano(1988), J. J. de Oliveira Filho nos deixou para receber o seu eterno galardão. Esse obediente servo do Senhor foi o meu pai terreno. Glória ao “galardoador dos que o buscam” (Hb 11.6). Felizes são aqueles que receberam de Deus um tão maravilhoso pai como eu recebi! “O louvor, a glória, e a sabedoria, e as ações de graças, e a honra, e o poder, e a força sejam ao nosso Deus, pelos séculos dos séculos. Amém!” (Ap 7.12).





*Mario Ribeiro Martins é Procurador de Justiça e Escritor

E-mail: mariormartins@hotmail.com

Site: www.mariomartins.com.br

Blog: www.blogdomariomartins.zip.net

Celular: (063) 99 77 93 11.





















Comentarios

MaryLouise Peixoto Costa de Souza  - 23/01/2021

Edelwaiss*

MaryLouise Peixoto Costa de Souza  - 23/01/2021

Me trás à mente memórias maravilhosas dos quase dois anos convividos com o Pr. J. J. de Oliveira e Irmã Zilda, em Recife, 1975 e 1976.
Foi um privilégio e honra muito grandes aprender sobre vida cristã verdadeira, missões, fidelidade, importância da leitura da Palavra de Deus, dedicação, e estar com eles até o último momento de vida da Irmã Zilda, e poder ajudar a colocá-la no caixão.
Foi graças à iniciativa dele que pude participar da Transtotal II, que sem falar nada comigo, mas sabendo do meu desejo, escreveu uma carta à JMN, eu era caloura no SEC e não podia participar. Foi uma enorme surpresa para mim e para todos quando meu nome estava na lista de participantes da Operação Transtotal II, que a JMN enviou ao SEC.
Por muitos anos o Pr. J. J. de Oliveira nos escreveu cartas motivadoras e inspiradoras.
Minha oração é para que Deus abençoe poderosamente toda a descendência desse casal inspirador!

Hoje orando pela saúde da sua nora Edelweies, esposa do Pr. Zaqueu.

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