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cronicas-->PARA LER E REFLETIR - FLORES -- 13/06/2000 - 13:16 (Cristiane Amorim) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A mais bela Flor

O estacionamento estava deserto quando me sentei
para ler embaixo dos longos ramos de um velho
carvalho.
Desiludido da vida, com boas razões para chorar,
pois o mundo estava tentando me afundar.
E se não fosse razão suficiente para arruinar o
dia, um garoto ofegante se chegou, cansado de
brincar. Ele parou na minha frente, cabeça
pendente, e disse cheio de alegria:
- "Veja o que encontrei".
Na sua mão uma flor, e que visão lamentável,
pétalas caídas, pouca água ou luz.
Querendo me ver livre do garoto com sua flor,
fingi pálido sorriso e me virei.
Mas ao invés de recuar ele se sentou ao meu lado,
levou a flor ao nariz e declarou com estranha
surpresa:
- "O cheiro é ótimo, e é bonita também...
Por isso a peguei; ei-la, é sua."
A flor à minha frente estava morta ou morrendo,
nada de cores vibrantes como laranja, amarelo
ou vermelho, mas eu sabia que tinha que pegá-la,
ou ele jamais sairia de lá.
Então me estendi para pegá-la e respondi:
- O que eu precisava.
Mas, ao invés de colocá-la na minha mão,
ele a segurou no ar sem qualquer razão. Nessa hora notei, pela primeira vez, que o garoto era cego, que não podia ver o que tinha nas mãos.
Ouvi minha voz sumir, lágrimas despontaram
ao sol enquanto lhe agradecia por escolher
a melhor flor daquele jardim.
- "De nada", ele sorriu.
E então voltou a brincar sem perceber o
impacto que teve em meu dia. Me sentei e pus-me a
pensar como ele conseguiu enxergar um homem
auto-piedoso sob um velho carvalho.
Como ele sabia do meu sofrimento auto-indulgente?

Talvez no seu coração ele tenha sido abençoado
com a verdadeira visão.
Através dos olhos de uma criança cega,
finalmente entendi que o problema não
era o mundo, e sim EU.
E por todos os momentos em que eu mesmo fui cego,
agradeci por ver a beleza da vida e apreciei
cada segundo que é só meu.
E então levei aquela feia flor ao meu nariz e
senti a fragrància de uma bela rosa, e sorri
enquanto via aquele garoto, com outra flor em
suas mãos, prestes a mudar a vida de um
insuspeito senhor de idade.


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