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Artigos-->HISTÓRIA ANTIGA - CIVILIZAÇÃO HELENÍSTICA -- 03/09/2010 - 17:44 (edson pereira bueno leal) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
CILILIZAÇÃO HELENÍSTICA



Edson Pereira Bueno Leal , agosto de 2010.

INTRODUÇÃO



Os macedônios, povo de origem ariana como os gregos, viviam isolados no norte da Grécia , considerados bárbaros pelos próprios gregos. Sua organização política era caracterizada por uma concentração acentuada de poder nas mãos da nobreza territorial. A economia agrária e atrasada. País ameaçado por todos os lados – Ilíria, Trácia, Épiro e sem saída para o mar.

Civilização Helenistica será aquela iniciada por Alexandre Magno , representando uma fusão dos elementos culturais persas e por extensão orientais com os gregos.



FILIPE II



Filipe viveu alguns anos em Tebas, percebendo a vulnerabilidade dos Estados gregos e a melhor maneira de conquistá-los. Em 359 ªC. tornou-se tutor de seu sobrinho Amintas, herdeiro e em 356 ªC. assume pessoalmente o poder.



Criou uma tropa de engenheiros para projetar e construir instrumentos de guerra . Foi criada uma longa lança chamada larissa que usada na falange , a transformou em um verdadeiro tanque de guerra . Desenvolveu a catapulta , lançando dardos a 400 m .



Confiscou terras dos nobres e distribuiu-as entre milhares de camponeses, conquistando seu apoio e os incorporando ao exército , tendo condições de defesa de suas fronteiras.

Com o ouro das minas do monte Pangeu, passou á expansão territorial. Anexou a Potidéia, Anfípolis e Pidna, cidades controladas por Atenas. Conquistou a Tessália , região de muitos cavalos, equipando a cavalaria.



CONQUISTA DA GRÉCIA



A primeira intervenção de Filipe II na Grécia ocorreu quando os Focídios ( habitantes da Tessália) invadiram as terras do santuário de Delfos. A pedido dos sacerdotes do templo, subornados por seu ouro, Filipe esmagou os invasores e tomou seu lugar na Liga Anfictiônica, constituída apenas por estados gregos.

Demóstenes , grande orador ateniense, percebendo o perigo, passou a alertar seus concidadãos na Eclésia de Atenas, nos discursos denominados filípícas.



“Êsse homem , Filipe, não somente não é grego, ou alguém que tenha qualquer ligação conosco, gregos, mas nem chega mesmo a ser um bárbaro de um país com nome honrado. Não , é um macedônio pestilento, de um país onde ninguém comprou nem mesmo um escravo decente, antes. “ (Filípicas, III, 31).



Dois gregos, Isócrates e èsquines pregavam uma cruzada grega contra os persas, unindo-se com Filipe. Em 338 ªC. os exércitos macedônios derrotaram atenienses e tebanos na Batalha de Queronéia, nesta batalha Alexandre comandou a cavalaria .



. Felipe respeitou a autonomia das cidades gregas e foi nomeado chefe da Liga de Corinto, contra os persas.



Sob o comando de Parmênion , uma força da liga montou uma cabeça de ponte na Ásia, quando Filipe foi assassinado, com 46 anos , durante o casamento de sua filha. Havia vários interessados em sua morte – nobres da Macedônia que perderam o poder, cidades gregas que queriam recuperar sua independência; Alexandre seu filho e Olímpia sua mulher.



ALEXANDRE MAGNO



Alexandre considerava-se descendente de Aquiles por parte de mãe e Hércules por parte de pai.

Sua mãe Olímpia tinha ciúmes doentios por Filipe, daí o culto primitivo a Dionísios e o hábito de dormir enrolada em serpentes.



Alexandre recebeu poderosa influência de Aristóteles que foi seu preceptor e que reforçou nele a profunda aversão pelos persas.

Ainda menino, Alexandre costumava interrogar todos os visitantes que vinham de terras estrangeiras . As informações que acumulou foram úteis mais tarde , na invasão do Império Persa .

Com a morte de Filipe II a Macedônia estava organizada e o exército formado. Restavam dois problemas – a revolta das cidades gregas e o grande número de herdeiros deixados pelos numerosos casamentos de Filipe. Alexandre, com apenas 20 anos , resolveu a ambos com o uso da violência. Arrasou as cidades gregas , inclusive Tebas, poupando apenas Atenas e para livrar-se dos irmãos por parte do pai , convidou-os para um banquete e no meio da festa mandou assassinar a todos.



Campanha militar de Alexandre



A Pérsia era o maior império há 150 anos . Os gregos nunca cogitaram ataca-lo diretamente devido a seu poderio . Porém Alexandre resolveu enfrentar os persas . Seu exército era muito poderoso e foi reforçado com a frota ateniense .

Seu exército tinha como núcleo a falange , uma formação de infantaria armada com uma lança de 4,5 metros de comprimento, a “ larissa” . Seu sucesso era a disciplina e a coordenação bem feita entre a falange impenetrável e a cavalaria leve ou pesada .



Para derrotar a marinha persa , Alexandre resolveu conquistá-la pelas bases em terra .





Precedido do exército de Parmênion, Alexandre desembarcou na Ásia com um exército de 40.000 homens a maioria macedônios . A travessia do Helesponto com tantos soldados que seria uma primeira grande dificuldade foi feita sem problemas pois a marinha persa estava sufocando uma revolta no Egito .



Batalha do Rio Grânico



A primeira batalha ocorreu em 334 ªC. às margens do rio Grânico onde venceu os sátrapas da Ásia Menor, comandados pelo melhor general de Dario , avançando até a Frígia. Cerca de 20.000 persas morreram e Alexandre consolidou-se na Ásia Menor .



Na capital górdia, apresentaram-lhe um nó, preso ao timão de um carro Segundo um oráculo, se desatasse o nó, conquistaria a Ásia. Alexandre cortou o nó gordio com um golpe de espada.

O rei Dario III demorou muito para reagir contra Alexandre pois era difícil reunir o exército persa e ele não considerava digno sair atrás de Alexandre.



Batalha de Issos



Em 333 ªC. na planície de Issos, Alexandre desbaratou imenso exército comandado por Dario III, que deixou para trás mulher, filhas e grande espólio.. Mais de 100.000 persas morreram , para apenas 500 baixas macedônicas .

Dario enviou-lhe a seguinte proposta , que foi recusada : " O império seria partilhado entre os dois" .



CONQUISTA DE TIRO



Em 332 marchou para a Fenícia onde tomou o importante porto de Tiro após 7 meses de cerco. Os tírios consideravam impossível a conquista da ilha murada , mas Alexandre pacientemente determinou a construção de dois quebra-mares . Cerca de 10.000 tírios foram mortos e 30.000 escravizados .



Alexandre mandou embaixadores para negociar a rendição da cidade , mas eles foram mortos .

A construção de uma passarela de 1 quilômetro sobre o Mediterrâneo foi um dos maiores feitos da história da engenharia militar . Um grupo liderado pelo francês Nick Marriner , da Universidade Aix-Marseille estudou a formação da península que hoje se estende na costa de Tiro e onde antes ficava a inexpugnável ilha usada pelos fenícios e depois pelos persas como fortaleza e descobriu que a própria história arqueológica ajudou Alexandre . O estudo foi feito a partir de brocas que coletaram 20 colunas de sedimentos da península de Tiro e em volta da cidade o que permitiu uma reconstrução detalhada de 8.000 anos de evolução da costa .



Conclui-se que Tiro funcionava como um quebra mar natural, ajudando a frear as ondas e a formar aquilo que os geólogos chamam de proto-tômbolo , ou banco de areia . Esse acúmulo fica perto da superfície e teria servido de base para a ponte de Alexandre . Além da geologia da região, o desmatamento e a agricultura após 3.000 a.C. aceleraram o acúmulo de sedimentos trazidos por rios que desaguavam no local . Os babilônios já sabiam do ponto fraco , e no século 6 a.C. Nabucodonosor tentou tomar a cidade dos fenícios construindo uma passarela , mas fracassou . Porém esta realidade não diminui o feito dos soldados de Alexandre de terem conseguido construir sem aço nem concreto uma ponte sobre o mar , resistindo aos ataques regulares dos persas da ilha . ( F S P 15.05.2007 , p. A-14) .



Depois , Alexandre deslocou-se para o Egito onde penetrou facilmente, sendo recebido como salvador. E foi proclamado faraó em 331 .



Batalha de Gaugamela



Em 331 ªC. venceu novamente os persas na Planície de Gaugamela . Nesta batalha Alexandre teria entre 40 e 50 mil homens contra 160 e 200 mil persas e morreram a maioria dos persas contra apenas 1.000 macedônios . Dario construiu 200 carruagens com foices nas laterais para derrotar as falanges , mas isso não adiantou .

Alexandre conquistou em seguida a Babilônia, Susa e em apenas 4 meses chegou a Persépolis, a capital do Império persa .



Alexandre mandou saquear a cidade , ficou ali por 4 meses e depois a incendiou em uma bebedeira .

Depois saiu à caça de Dario III . Avançou 650 km em 10 dias . Prender Dario seria para ele a maior garantia de controle do poder . Porém Dario que acabou sendo assassinado por seus generais , liderados pelo sátrapa Bessio . Depois Alexandre capturou Bessio e impôs a ele uma morte cruel , amarrando-o entre duas árvores vergadas

Aclamado imperador persa , avançou em direção á Índia.



Batalha de Hidaspes



Combateu o rei Porus em 326 ªC. em uma batalha onde lutou contra elefantes , uma das mais difíceis que enfrentou . Em seguida percorreu a região do rio Indo no atual Paquistão só não seguindo adiante pela recusa dos soldados em segui-lo.



De volta a Susa, desposou a filha de Dario e começou a preparar nova companha provavelmente contra Cartago na África. Quando ocorreu a morte de seu “amante” , Hefesto , Alexandre aparentemente perdeu o gosto de viver .

Existe uma hipótese de que , abalado pela morte de Hefesto , Alexandre pode ter começado a tomar elívoro, que é uma planta que em pequenas doses pode restaurar o organismo , mas que em doses mais altas pode envenenas e isso pode ter matado Alexandre ao tomar uma dose mais alta para curar-se e acometido de febre violenta morreu na Babilônia em 10.6.323 ªC. aos 33 anos de idade, cerca de 8 meses após a morte de Hefesto .

Alexandre tinha planos para invadir Roma e a Europa . Se tivesse continuado a viver , a história seria muito diferente .



Os Ptolomeus conseguiram ficar com seu cadáver até a morte de Cleópatra , mas depois o corpo desapareceu .



Organização do império de Alexandre



Alexandre procurou dar ao seu império um caráter universal, conforme a concepção divina que tinha de si próprio. Egípcios e persas aceitaram pois para ele o poder político tinha mesmo caráter divino. Os macedônios e gregos resistiram a este princípio.



"Então Alexandre aproximou-se ainda mais dos costumes bárbaros que ele também se esforçou em modificar , mediante a introdução de hábitos gregos , com a idéia de que esta mistura e essa comunicação recíproca de costumes dos dois povos ... contribuiria mais do que a força para solidificar o seu poder " ( Plutarco . Vidas Paralelas ) .



A aproximação dos persas e egípcios e povos da Ásia Central ( chamados Bárbaros por Plutarco ) ) e a adoção de muitos de seus costumes, deixando os macedônios em plano secundário levou a insurreições. Amigos como Filotas e seu pai o velho general Parmênion foram mortos . Clitos, o general que o havia salvado na batalha do rio Grânico também foi morto.

Para promover a integração cultural do vasto império fundou mais de 33 cidades. Estimulou os casamentos mistos. Na volta a Susa casou-se com duas persas e seus oficiais e 10.000 soldados também. Nas principais cidades como Alexandria , Antióquia e Pérgamo criaram-se bibliotecas , observatórios , museus , onde a cultura grega se impôs , fundindo-se com a oriental , gerando a civilização helenística .



“Alexandre desembarca lá onde foi fundada a atual cidade de Alexandria. Pareceu-lhe que o lugar era muito bonito para fundar uma cidade e que ela iria prosperar. A vontade de colocar mãos à obra fez com que ele próprio traçasse o plano da cidade, o local da Ágora, dos santuários da deusa egípcia Ísis, dos deuses gregos e do muro externo.” Flávio Arriano. Anabasis Alexandri (séc. I d.C.). Desse trecho de Arriano, sobre a fundação de Alexandria, é possível depreender o significado do helenismo, caracterizado pela fusão da cultura grega com a egípcia e as do Oriente Médio.



Proscinese – ato de ajoelhar-se perante o rei em sinal de submissão

Epígonos – 30.000 persas educados e treinados à moda grega.

Bibliografia: Manfredi , Valerio Massimo. Aléxandros 3 volumes Editora Rocco.

"Cada um deve observar as religiões e os costumes , as leis e as convenções , os dias festivos e as comemorações que observavam nos dias de Dario. Cada um deve permanecer persa em seu modo de vida , e viver em sua cidade (...) Porque eu desejo tornar a terra bastante próspera e usar as estradas persas como pacíficos e tranquilos canais de comércio " . Edito de Alexandre para os cidadãos das cidades persas conquistadas . 331 ªC .



MONARQUIAS HELENÍSTICAS



Alexandre deixou um herdeiro ainda por nascer e seu império foi dividido entre os generais, sem unidade econômica e as disputas pelo poder subsequentes levaram ao seu esfacelamento.

A forma dominante de governo foi o despotismo de reis semi-divinos. Os últimos reis ptolomeus reviveram o costume egípcio de casar com uma irmã.



Reino da Macedônia – inclusive a Grécia ficou com Antígono



Reino do Egito –

Egito , Fenícia e Palestina herdado por Ptolomeu, filho de Lagos.

Ptolomeu I – ( 367-283) , seqüestrou o corpo de Alexandre e o enterrou em Alexandria , segundo a lenda de quem ficasse com o corpo seria o sucessor no trono .



O faraó Ptolomeu II mandou construir em 280 ªC. na ilha de Pharos , (daí a palavra farol) , situada no largo de Alexandria, o Farol de Alexandria que se tornou uma das sete maravilhas do mundo antigo. Construído em 5 anos com 135 metros de altura, na época a única construção mais alta era a Pirâmide de Gizé com 149 metros. O brilho de sua tocha , mantida acesa por centenas de homens que moravam em mais de 300 quartos localizados na base da torre, podia ser visto a dezenas de quilômetros, servindo como ponto de referência para os navegadores . Uma parte do farol desabou em 1100, em razão de um terremoto e outro o destruiu completamente em 1307. Em outubro de 1995 uma equipe de arqueólogos e mergulhadores franceses e egípcios, içou do fundo do Mediterrâneo várias partes do farol – o tronco e a cabeça da colossal estátua do faraó Ptolomeu II, a esfinge de 2 toneladas e o parapeito do 1. andar do farol, com peso de 75 toneladas. ( Revista Veja, 15.11.95, p. 79-80).

Construiu a Biblioteca de Alexandria .



Foi da dinastia dos Ptolomeus a famosa rainha Cleópatra, que assumiu o trono em 51 ªC. e tornou-se amante e aliada de Júlio Cesar e depois de seu sucessor Marco Antônio, sendo aprisionada pelos romanos e suicidando-se aos 39 anos de idade. .

Ásia – Pérsia , Mesopotâmia e Síria ficou para Selêucidas, descendente de Seleuco com duas capitais – Antioquia na Síria e Selêucia na Mesopotâmia . Como esta era a maior parte, logo desmembrou-se.



A Ásia Menor deu origem aos reinos de Pérgamo, Galácia, Capadócia, Bitínia e do Ponto Euxino ( Mar Negro) . depois do século III ªC. o planalto persa constituiu o reino dos Partas, restando aos seleucidas apenas a Síria e a Mesopotâmia. Entre 197 e 31 ªC. todos os antigos reinos helenísticos foram conquistados pelos romanos.

Os estados gregos conseguiram manter-se livres da Macedônia. Os estados do Peloponeso, exceto Esparta e Élida , foram reunidos em uma Liga Arcaica e a Grécia central, á exceção de Atenas, unificados em uma federação etólia. Foi o que a Grécia teve de mais parecido com uma união nacional voluntária.



Guerreiros gauleses invadiram a Grécia , a Macedônia e a Trácia, saquearam e aterrorizaram, inclusive o templo de Delfos. Avançaram pela Ásia Menor. Foram depois enfrentados e vencidos por Antígono Gonatas na Europa e Antíoco (filho de Seleuco) na Ásia.



A CIVILIZAÇÃO HELENÍSTICA



A civilização helenística é o resultado da fusão entre a cultura helênica (grega) e a cultura do Oriente Médio, principalmente persa e egípcia . Seu centro não era mais a Grécia , mas Alexandria, Antioquia e Pérgamo.

“Então Alexandre aproximou-se ainda mais dos costumes bárbaros que ele também se esforçou em modificar perante a introdução de hábitos gregos , com a idéia de que essa mistura e essa comunicação recíproca de costumes dos dois povos ... contribuiria mais do que a força para solidificar o seu poder...” (Plutarco. Vidas Paralelas ).



Com exceção dos romanos, nenhuma outra cultura da antiguidade prefigurou tão claramente o espírito da época moderna como a civilização helenística. A variedade de formas de governo, o militarismo, o declínio pelo respeito da democracia, a tendência para o regime totalitário.



O centro econômico deslocou-se do Mar Egeu para o Oriente Médio com a intensificação do comércio.

O ideal clássico de democracia foi substituído por um despotismo mais rigoroso que o do Egito e o da Pérsia. Devoção helênica à simplicidade e moderação cedeu lugar à extravagância na arte, devotamento ao luxo e excessos desenfreados.

O sistema econômico ateniense de produção em pequena escala, foi suplantado pelo desenvolvimento de vultosos negócios e concorrência impiedosa. Expansão do comércio, zêlo pela exploração e descoberta , interesse pelos inventos , preocupação com conforto.



A economia , devido á boa comunicação, bons preços e estímulo do governo gerou um sistema de produção em larga escala, sendo o estado o principal capitalista e empresário. Houve intensa concentração de propriedade e degradação da população agrícola.



Os ptolomeus fundaram fábricas e oficinas para o governo e regulamentaram o comércio. Houve a utilização de moedas de ouro e prata. Bancos do governo surgiram. Especulação, açambarcamento de mercados, intensa concorrência, grandes empresas comerciais , fenômenos modernos, manifestaram-se dentro das limitações da época.



A prosperidade limitou-se às classes superiores e mercadores. O salário dos trabalhadores caiu e o custo de vida aumentou considerávelmente, juntamente com o desemprego. A escravidão diminui, tão barato era o custo da mão de obra. As cidades multiplicaram-se Antioquia na Síria; Selêucia, Alexandria.



De cidade em cidade, de civilização em civilização, a ciência viaja com as caravanas de mercadores, os exércitos invasores e os viajantes solitários. A matemática dos gregos, entre eles Pitágoras, chegou até nós por meio de Alexandria, cidade egípcia às margens do Nilo. Ali um grego chamado Euclides, que chegou à cidade no ano 300 a.C., escreveu um dos livros mais copiados e traduzidos de toda a História: Elementos de Geometria.



A história dessa cidade e da “viagem” do conhecimento grego se confunde com a trajetória dos macedônios. (Flavio Campos e Renan Garcia Miranda, A escrita da História) A respeito dos macedônios, pode-se afirmar que foram conquistadores da Grécia, que expandiram seu império para o Oriente e promoveram o que passou a ser conhecido como Helenismo.



“Alexandre desembarca lá onde foi fundada a atual cidade de Alexandria. Pareceu-lhe que o lugar era muito bonito para fundar uma cidade e que ela iria prosperar. A vontade de colocar mãos à obra fez com que ele próprio traçasse o plano da cidade, o local da Ágora, dos santuários da deusa egípcia Ísis, dos deuses gregos e do muro externo.” Flávio Arriano. Anabasis Alexandri (séc. I d.C.).Desse trecho de Arriano, sobre a fundação de Alexandria, é possível depreender o significado do helenismo, caracterizado pela fusão da cultura grega com a egípcia e as do Oriente Médio.



FILOSOFIA



A fase inicial ainda estava sob a influência do pensamento grego, e considerando a razão como o elemento chave para a solução dos problemas.

No segundo período cresce o ceticismo em face de toda a verdade e de todos os valores com a rejeição total da razão.



No final, a filosofia degenerou em misticismo estéril, trazendo o descrédito de todos os avanços intelectuais , quer baseados na razão, quer na experiência.



Epicurismo e Estoicismo – Surgidos por volta de 300 ªC. Os fundadores foram Epicuro e Zenon, residentes em Atenas. Tinham como características comuns – individualismo, bem estar do indivíduo e não do estado. Materialismo – negação da existência de bens espirituais e mesmo seres divinos e a alma considerados como formados de matéria . Indiferença como refúgio em um quietismo oriental e a idéia de que os conceitos são apenas nomes e conhecimento se funda na percepção dos sentidos.



O estoicismo defendia a firmeza do espírito , a indiferença á dor e a independência em relação aos bens materiais e o epicurismo defendia a busca dos verdadeiros prazeres, os prazeres duráveis da vida.



Ceticismo – Fundado por Pirro, alcançou o auge com Carnéades (214-129 ªC). A partir do conceito sofístico de que todo conhecimento deriva da percepção dos sentidos, os ceticistas concluíram que nada podemos porvar. Tudo o que podemos dizer é que as coisas parecem ser tais ou quais, mas não sabemos como realmente são.



Surgiram ainda as filosofias do judeu Filon e dos neopitagóricos que foram o ponto mais baixo do pensamento helenístico. Deus transcendente, impossível dos mortais conhecê-lo. O universo dividido em espírito e matéria, sendo mau tudo quanto fosse físico e material. Alma do homem prisioneira do corpo, podendo fugir pela negação e mortificação da carne . Verdade vem apenas da revelação.



LITERATURA



Grande parte dos escritos eram pobres em originalidade e em profundidade, mas existiram em incrível profusão. Mais de 1100 autores já foram catalogados.



ESCULTURA



Referente às conquistas de Alexandre foi esculpida a famosa escultura A Vitória de Samotrácia (200 ª C.), que é um exemplo na arte da integração entre as culturas oriental e grega que caracterizou a civilização helenística.



CIÊNCIA



Época mais brilhante da ciência antes do século XVII d.C. O estímulo de Alexandre, a fusão dos conhecimentos caldeus, egípcios aos gregos e a procura de conhecimentos práticos , foram as principais razões do avanço científico.



Na Grécia, Esparta agonizava e Atenas entrava em decadência. Alexandria era o centro mais importante. Possuía uma industria artesanal, museus e biblioteca de 400.000 volumes .

Na astronomia destaca-se Aristarco de Samos (310- 230 ªC.).Deduziu que a terra e os planetas giravam ao redor do Sol. Hiparco fez os melhores trabalhos em Alexandria na última metade do século II ªC. Inventou o astrolábio e o globo celeste. Calculou o diâmetro da lua e a precessão dos equinócios, preparou o melhor mapa dos céus de sua época.



Ptolomeu de Alexandria sistematizou o trabalho dos outros. Almagesto, sua principal obra, baseada no sistema geocêntrico influenciou toda a concepção medieval do universo.



Elaborou um modelo completo dos movimentos celestes , capaz de prever as posições futuras do Sul, da Lua e dos seis planetas conhecidos então com uma precisão aproximada de duas luas cheias . Se alguém quisesse saber onde Marte estaria em dois meses ou em dois anos , bastava usar o modelo de Ptolomeu para calcular com exatidão relativa sua posição futura . O modelo ptolomaico , com a Terra no centro, era tão eficiente que sobreviveu , com pequenas alterações feitas por astrônomos árabes , até meados de 1.500 , quando entram em cena Copérnico e Ticho Brahe . Na época de Ptolomeu não fazia parte do discurso científico a preocupação com o que causava os movimentos celestes , , bastavam modelos capazes de prever as posições planetárias com precisão , e quanto mais preciso , melhor o modelo . ( Gleises, Marcelo , F S P , 13.04.2008 , Mais p. 9 ) .



Na Matemática Euclides (323-285 ªC.). escreveu Elementos de geometria e Hiparco estabeleceu os fundamentos da trigonometria plana e esférica.

Na Geografia Eratóstenes (276-194 ªC.) calculou a circunferência da Terra com um erro de aproximadamente 300 km. Executou o mapa mais exato da Terra, dividido em longitude e latitude.



Possidônio da Síria dividiu a Terra em 5 zonas climáticas aceitas até hoje e explicou o movimento dos mares pela influência da lua.

Na Medicina provavelmente foi a área em que mais de progrediu, Herófilo de Calcedônia no início do século III foi o maior anatomista da antiguidade e o primeiro a praticar a dissecação humana. Descreveu o cérebro, descobriu o significado da pulsação e que as artérias contém somente sangue e não sangue e ar como Aristóteles havia ensinado. Erasístrato foi o fundador da fisiologia. Descobriu as válvulas do coração e foi o primeiro a condenar a sangria como método de cura.



Na Física antes do século III ªC. era ramo da Filosofia. Arquimedes de Siracusa descobriu a lei da gravitação dos corpos e formulou os princípios da alavanca, roldana e parafuso. Heron de Alexandria tem grande número de invenções – bomba de incêndio, sifão, bomba de pressão, orgão hidráulico, termoscópio a té uma máquina a vapor. O progresso global da ciência aplicada foi pequeno pois o trabalho manual era abundante e barato.



As técnicas mesopotâmica, nilota, grega, romana oriental espraiaram-se até um ponto de desenvolvimento que não podem ultrapassar e quando o tocam, começam a retroceder em lamentável involução. Quem fabricou os machados de pedra, carecia de ciência, mas criou uma técnica. A China chegou a alto grau de tecnicismo, sem suspeitar em nada da existência da física. Só a técnica moderna , a partir da Europa, possuí uma raiz científica e por isso desenvolveu-se sem limites.



RELIGIÃO



A religião cívica dos gregos desapareceu quase que completamente. Para os intelectuais as filosofias do estoicismo, epicurismo e ceticismo predominaram. Outros fizeram a adoração da Fortuna ou eram adeptos do ateísmo dogmático de Teodoro ou Evêmro, criador do Evemerismo que ensinava que todos os deuses foram em sua origem monarcas, conquistadores, heróis ou qualquer outro tipo de homens notáveis.

Entre o povo a tendência foi a de adotar religiões emocionais de origem oriental. Mistérios órficos ou eleusinos, adoração da deusa mãe egípcia Ísis, religião astral dos caldeus e astrologia e derivações do zoroastrismo, particularmente o mitríaismo e o gnosticismo.

Biblioteca de Alexandria



A biblioteca de Alexandria teve início no século III ªC. com Calímaco , um poeta para quem a literatura devia ser concisa e sóbria . Sob Ptolomeu III , por decreto real , cada navio que parava em Alexandria devia entregar todos os livros para serem copiados . Os originais iam para a biblioteca e as cópias eram entregues aos proprietários .. A dinastia dos Ptolomeus chegou a emprestar os textos dos grandes dramaturgos gregos , conservados em Atenas . Ela chegou a ter 700.000 rolos.



A Biblioteca era tratada como assunto de Estado pelos Ptolomeus . Os livros dos estrangeiros que visitavam a cidade eram confiscados . Para combater a concorrência da biblioteca de Pérgamo , os governantes de Alexandria proibiram a exportação de papiro . A estratégia não deu certo. Os concorrentes inventaram o pergaminho que acabou se tornando o principal suporta da escrita por muitos séculos .



Quando o imperador Júlio Cesar tomou Alexandria e mandou incendiar a esquadra de Aquilas, o incêndio no porto não deve ter atingido a biblioteca que ficava distante do palco de batalha .



Ela foi destruída pelos árabes em 642 .

O califa Omar determinou o seu fim afirmando “ Se seu conteúdo está de acordo com o livro de Alá , podemos dispensá-los , visto que , nesse caso , o livro de Alá é mais do que suficiente . Se pelo contrário contém algo que não está de acordo com o livro de Alá , não há nenhuma necessidade de conservá-los “..



Obedecendo ás ordens do Califa Omar , o general Amrou entrou na cidade gritando " onde estão os livros?" . As ordens então foram cumpridas e os rolos serviram para aquecer os 4.000 banhos públicos por seis meses .

Em 23 de abril de 2002 foi inaugurada nova biblioteca em Alexandria patrocinada pelo governo do Egito e pela Unesco.

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