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Contos-->Dorinha -- 01/10/2002 - 16:29 (Patrick Augusto Azevedo de Abreu) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
A mãe abriu a porta do quarto e viu que seu filho dormia feito um anjo. O menino ria, deve estar sonhando com a lua, pensou ela. Estava era tendo uma senhora polução. Se a mãe tivesse ficado parada à porta só mais um instante admirando as feições do seu querido menino (que a bem da verdade já não era um menino assim: os primeiros fios de uma pretensiosa barba já apareciam na cara, os pentelhos já eram fartos, há tempos exalava um cheiro insuportável das
axilas, além de ele próprio já ser capaz de fazer para si um menino, bastava que surgisse a oportunidade, e com a menina certa, se bem que, naquela idade, até mesmo a Lúcia Cebola serviria) teria notado o lençol começar a encharcar e, alguns instantes depois, o menino acordar amarelo, assustado, gelado, com medo de que alguém o descobrisse, esfregando rapidamente o
lençol nas coxas, na barriga e jogando-o depois no
chão, junto com a camisa, que também ficara molhada.
- Dorinhaaa!!!
A preta escutou da cozinha e ficou rindo. Esperava ser chamada mais uma vez. Ela sempre fazia isso. Adorava escutar seu nome ser gritado pelo patrãozinho. Ela adorava os gritos do patrãozinho. Ela adorava o patrãozinho.
- Dorinhaaaaaaaaa!!!
Encostada à pia, mordeu os lábios, apertou a barra da saia, levantou até a altura dos joelhos. Botou os olhos na porta, para não ser pega de surpresa, e levantou mais ainda a saia.
- Dorinhaaaaaa...!!!
Afastou a calcinha suja e furada, passou a mão pela virilha suada e peluda, pôs o dedo na buceta e não tirou os olhos da porta. Ela cortava os legumes para a salada. A outra mão ainda segurava a faca.
- Dorinha, cara de grelo, se eu gritar teu nome mais uma vez...
...eu gozo, sussurrou trêmula a negrinha, já não se contendo, revirando os olhos, quase escorregando as costas pela pia, quando ouviu do corredor, vindo junto com os passos da patroa:
- Mas ficou surda agora, é, dona Dora? Ou ta só se
fingindo? Não ta ouvindo o Neto chamar não, hein?
Dorinha, recomposta e ativada pelo susto, respondeu já correndo a caminho do quarto do rapazote.
- Mas e se eu já tô indo, sinhó!
E entrou no quarto mais que depressa. O rapaz a
esperava atrás da porta e, assim que ela apareceu, fechou a porta e puxou o cabelo da coitada (que já era pouco) com toda a raiva que pôde acumular nas mãos.
Tanta raiva que algumas unhas se fincaram no couro cabeludo e sebento da menina. Sim, Dorinha era praticamente uma menina, ainda. Apesar que tinha os botões dos seios plenamente desenvolvidos, os pêlos muitos e por toda parte, o desejo saliente e natural – nela, mais que isso – pelo sexo oposto. Mas ainda não tinha menstruado. Talvez ainda nem soubesse o que
era aquilo, e, quando descesse a primeira grossa leva do seu tormento mensal, cairia em desespero, achando aquilo “obra do capiroto”. Olhando mais atentamente por cima daqueles trapos suados e de umas poucas espinhas que teimavam em se formar em seu rosto, poder-se-ia claramente ver um corpo de fêmea muito bem delineado e assaz atraente, além de uma face possuidora de uma beleza incomum e exótica. Beleza essa impossível de reconhecer agora: o patrãozinho continuava a puxar, e com gosto, o cabelo da coitada.
- Ai, ai, patrãozinho, ai, pára, patrãozinho...
pelamordedeus, patrãozinho, pára, ai, ai,
patrãozinho... PUTAQUEPARIU, LARGA MEUCABELO, SEU
MERDA, LARGAAA!!!
- Não tava escutando eu te chamar, não, hein?
- E daí? Eu venho se eu quiser! Tu não manda ni mim. Eu trabalho pra dona Martinha, seu pentelho!
- Ai, puta que pariu! Escuta aqui, tá bom! Parou. Eu acabei de acordar, não quero briga, sua vassala...
- Chamou pra quê, então? Não vá me dizer que acordou e descobriu que ama a Dorinha?
- Vai sonhando, cara de grelo! Leva isso aqui pra
lavar, toma... – Neto entregou o lençol e a camisa a Dorinha. Estavam embrulhados. Ela perguntou:
- Mas porque você não deixa aqui mesmo? Daqui a pouco a patroa vem pegar as coisa daqui pra deixar na...
- Cala a boca! Se eu tô dando pra ti é pra tu levar pro cesto e pronto, porque eu não quero que a mãe leve pro cesto e porque eu não quero perguntas! Entendeu?
- Hum, entendi, sim sinhô... Segredinho, né? E por que o patrãozinho confiaria ni mim pra fazer isso?
- Ora, essa, porque a Dorinha é meu burro de carga, e ela sempre faz o que eu quero...
Mas o que eu quero ele nunca pede pra eu fazer...
pensou ligeiramente lânguida Dorinha, antes de
perguntar:
- E por que o patrãozinho acha que eu vou fazer isso pra ele?
Ao perguntar isso, Dorinha começou a desembrulhar a trouxa. Neto, possesso, bradou:
- Não, porra! Dá isso aqui, sua inútil! Dá!
Dorinha desviava dos ataques de Neto, ao mesmo tempo em que ia destrinchando os panos, até que suas mãos sentiram algo estranho:
- Mas o que é isso? - perguntou ela.
- Passa essa merda pra cá agora mesmo! Não quero que você faça mais nada pra mim...
- Mas isso não é merda, não – falou pausadamente
Dorinha, pondo o braço à frente para afastar Neto, que tentava tomar o lençol. – Eu sei o que é isso... Meu Deus, Neto...! – Dorinha falava e olhava sua mão no lençol com esperma. Era como se estivesse em transe. – Meu Deus, Neto...!
Dorinha falou isso com disfarçado ar de espanto, que logo se dissipou com uma irônica risada, que primeiro assustou Neto para, em seguida, irritá-lo, motivo que estava sendo de escárnio para aquela criatura.
- Ahahahaha! Neto, mas você?!? Ahahaha! Quem diria, hein, Netinho?
- Cara de grelo...
Neto, possesso, acertou um bofetão na cara de Dorinha, que caiu pra trás, sentada na cama do mancebo. O nariz sangrava, os olhos esbugalhados, mas não largava do lençol. Ele, em pé, olhos vermelhos do ódio provocado pela vergonha de ser descoberto. Ela, espantada. Mas não com a violenta reação do patrãozinho. Antes com a sua
própria reação. Na verdade descobrira um estranho
prazer quando sentiu as faces quentes e doídas com
aquela pesada mão tocando sua pele. Sim, pois fora um toque. O toque! Talvez o patrãozinho houvesse despertado nela uma outra forma de desejo, mais profunda, mais pura, mais selvagem, mais próxima daquilo que ela sempre procurou e que, de alguma forma já encontrava nos seus devaneios, ora na mesa de jantar, quando servia a todos e ficava com a copa só para ela e seus dedos nervosos, ora na sala de estar,
quando todos distraídos conversavam e ela,
imperceptível no seu canto, fazia lá seus milagres.
Sabia muito bem conviver com situações limite e a
satisfação perturbada de sua libido. Sim, era milagre o que ela fazia. A ela não era permitido ser mulher, como queria ser. E agora, isso... Ah, como ela adorava o patrãozinho! E agora, mais do que nunca... Via-se agora atirada sobra a cama dele. A saia deixou à mostra, com a queda, suas pernas e coxas. O vestido caía dos ombros, como era de costume. O sangue descia do nariz e molhava os lábios. Suava como o inferno.
Neto continuava de pé, punho cerrado, como se fosse atacá-la de novo a qualquer momento. Mas só falou:
- Passa isso pra cá...
Dorinha ia mesmo entregar ao patrãozinho. Só que, num
gesto impensado, intentando limpar o sangue que
teimava em escorrer, pegou do lençol e esfregou no
rosto. Novo despertar da besta.
- Sua porca...
Neto esticou a mão para pegar o lençol. Puxou e, nesse gesto, Dorinha veio junto. Parou de pé, cara a cara com o patrãozinho. A criatura, como uma cobra do deserto, ajoelhou-se repentinamente, evitando com a rapidez da ação qualquer resistência por parte de Neto que, por sua vez, não pôde absolutamente fazer nada a não ser, tardiamente, tentar arrancar por qualquer
meio aquela boca do seu pau. Sim, porque Dorinha, como uma ventosa humana, ajoelhou-se e, apertando
violentamente as bolas para que ele não fugisse,
chupava agora o caralho mole, posto que pego de
supetão, do patrãozinho querido que, por sua vez,
gritava como quem tinha as cutículas arrancadas ou
como quem tinha arrancado o couro ou como quem tinha as bolas sendo apertadas tal qual dois limões espremidos mas para quê?
E gritava, e gritava, e ninguém vinha em seu socorro. E Dorinha chupava, e chupava, e como precisava de um consolo! E Neto puxava o cabelo da menina, o que esticava mais ainda seu pau, dava socos na testa da coitada, tentava acertar joelhadas nela, e rodavam no mesmo lugar, e Neto perdendo assim suas forças, vendo que o caralho começava a ficar duro. Meu Deus, se meu
pau ficar duro, eu juro, EU CORTO!!! E toda aquela
mistura de sangue, suor, insanidade, libido
incontrolada e indesejada, toda aquela boca com toda aquela língua áspera engolindo todo aquele pau agora todo crescido, toda aquela vertigem, todos as tentativas para acabar com aquela sandice, estava deixando a ambos exaustos. Quando, num último gesto de resistência humana, um último caminhar para trás, buscando a salvação que poderia estar do outro lado da
porta, e uma última sucção, derrubou os dois, Neto, extenuado e saqueado de seu líquido vital, e Dorinha, entregue à dor de seu próprio esforço recompensado, sangue e porra indo pela boca direto às suas entranhas agora de mulher.
Silêncio. Que pintor não iria querer os dois como
agora estão entre suas molduras de afresco?

Silêncio. A porta abre. Dona Martinha, na ponta dos pés, entra e observa atônita a cena. Morde os lábios. Dorinha desmaiada, lençol na mão, sangue no nariz e porra na boca. Iria ser despedida assim que acordasse e se limpasse. O filho desacordado, ainda dava uns espasmos, sangue e porra no pau, o pau ainda duro. O
que iria fazer a mãe com ele quando acordasse? Não
sabia ainda, dona Martinha. Mas agora... Fechou a
porta do quarto. Mordia os lábios, ainda. Abaixou-se próximo ao filho. Afagou o rapaz, limpava com a mão o suor do rosto, da barriga. Olhava-o com compreensão e carinho. Virou-se e mirou Dorinha. Sua pequena vaca! Não sabe que ele é meu filhinho? Meu filhinho? Agarrou o cacete de Neto e sussurrou, ele é meu, só meu! e, com a boca, e de olhos abertos, como uma boa mãe deve fazer, começou a limpar o sangue e a porra que ainda
excomungavam o caralho do seu querido e único filho.

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