Este texto merece uma breve introdução, para melhor entendimento dos fatos a seguir. Mike Meyers, consagrado humorista do programa norte-americano Saturday Night Live, iniciou-se no cinema , com sua mais competente criação até então, Wayne’s World, que aqui no Brasil recebeu a tradução de Quanto Mais Idiota Melhor. Dois lunáticos adolescentes atrapalham-se ao venderem o pequeno programa feito no porão de suas casas, para uma rede de televisão. Depois de uma bem sucedida continuação, os mais pessimistas imaginavam para o humorista, uma sina de continuações para o resto de sua vida. Mike Meyers brindou o público com uma criação ousada e inusitada, e antes que a crítica percebesse, conquistou adolescentes e adultos com Austin Powers, um espião astuto e brincalhão em plena década de 60. Numa divertida sátira aos filmes do famoso James Bond, o 007 mais famoso do cinema, onde o próprio humorista interpretava também o vilão, Dr. Evil, não menos caricato que o herói.
O primeiro filme da série conheceu o sucesso pelo antiquado VHS, devido uma má campanha de distribuição nos cinemas. Merecendo uma continuação à altura, utilizando a mesma fórmula do anterior – a paródia. Porém uma paródia muito bem feita, e acima de tudo, muito bem escrita. No segundo filme, Mike Meyers brilhou interpretando novamente o vilão e o herói, e criou o mais caricato personagem mirim. Mini-me, um clone mal sucedido de Dr. Evil, o vilão, que roubava todas as cenas em que participava. Parodiando o mesmo personagem interpretado pelo mesmo ator ‘mirim’, no filme A ilha do Dr. Moreau, estrelado por um Marlon Brando, fazendo uma recriação vergonhosa e caricata de seu Coronel Kurtz de Apocalipse Now.
Mini-me não era interpretado por um ator mirim, mas sim por Verner Troyer, um anão de oitenta centímetros. Os anões... Que sempre conquistaram a simpatia do público, através da curiosidade exercida sobre eles. Muito mais se gostaria de saber sobre eles, e infelizmente, ainda não foi feito um documentário sobre os anões mais famosos.
Quem não se lembra do Tatu da série A ilha da fantasia, e nunca teve vontade de ter seu próprio anão, que corresse atrás de você gritando: “Patrão, patrão, patrão!”. Você poderia dar-lhe várias utilidades, como segurar teu cinzeiro, buscar seu troco num restaurante, trazer-lhe o telefone, correr em sua volta dizendo: “Patrão, patrão, patrão!”.
Quem nunca teve a vontade sobrenatural de presenciar um enterro de anão, sabe que estas coisas são impossíveis. Um enterro de anão é como uma baleia branca, um oásis no deserto, uma agulha num palheiro, ou poeira em alto mar. Ser anão é ver o mundo por baixo, e enxergar a calcinha da menina. Os anões são eternos...
Quem sabe o que aconteceu com Nelson Ned?
Quem eram os Oompa-Loompas da Fantástica Fábrica de Chocolates?
Os duendes existem? – Só a Xuxa sabe...
Assim como o título de algum episódio da série do espião 007 mais famoso do mundo Contra Goldfinger, o novo filme de Austin Powers apresenta um novo inimigo para os fãs: Golmember, vulgo Membro Dourado, mas por muito pouco tempo...
O personagem não mudou de nome, mas o filme sim. O que originalmente se chamaria de Austin Powers in Goldmember, agora pode-se chamar não se sabe o quê... A MGM/ United Artist ganhou na justiça norte-americana o processo legal, contra os produtores de Austin Powers. Detentora dos direitos do nome 007 Contra Goldfinger, a MGM/ UA proibiu o uso do nome Goldmember nos cartazes de divulgação. Isto é, o filme terá outro nome... Porém tudo isso, pouco importa. O público se deliciará com Mike Meyers interpretando o vilão sugerido no título, além é claro da volta de Verner Troyer no papel de...
Não!
Verner Troyer interpretará Mini-Austin...
O trailer exibido pela internet, do terceiro filme da série Austin Powers, mostrava um novo e exclusivo personagem: Mini-Austin. O novo trailer parodiava a mesma introdução do primeiro filme, que já parodiara a abertura de Hard Day’s Night dos Beatles. Com outro pequeno detalhe, aliás, vários pequenos detalhes. Detalhes tão pequenos que chegaram a medir, cerca de oitenta centímetros...
Verner Troyer, juntamente com uma centena de outros anões, protagoniza a mais histriônica paródia da seqüencia dos Beatles, desde a estréia do primeiro filme de Austin Powers. A mesma seqüência, porém com todos estes pequenos detalhes. Pequenos seres, que despertam tanto a curiosidade em torno de si.
Desde muito tempo, os anões exercitam a curiosidade alheia. Os anões sempre aparecem em contos de fadas, que já fazem parte do inconsciente coletivo. Estrelam até mesmo, e com muito sucesso, comerciais de televisão de sandálias infantis:
Ortopé, Ortopé... Tão bonitiiiiinho!!!!!!
O Ferrugem hoje em dia está na MTV, e apresenta juntamente com o ‘mauricinho’ João Gordo, uma versão brasileira de Beavis and Butt-Head de carne e osso, malhando os piores clipes do século.
A pergunta, porém, não quer se calar... Cadê o Nelson Ned? O Ferrugem não vale, ele não era anão, só tinha problema de crescimento, mas talvez até pudesse encarar um Esqueceram de Mim. O que resta é esperar pelo lançamento do filme...
Como diria o título de um episódio da série 007 e Os diamantes são eternos, mas no nosso caso:
Os anões são eternos...
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