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Cartas-->Para Minha querida Brísida -- 20/09/2002 - 17:33 (Tiago Crisóstomo Guerra) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos

Para minha querida Brísida.



Lisboa, 23 de Março de 1931


Oh ! Minha amada Brísida, como sinto saudades de ti, aqui nestas terras lusitanas. Estou lhe escrevendo porque a poucos dias saí do Brasil e cheguei aqui em Portugual, e agora estou aqui em Lisboa ,trabalhando em uma indústria de fiação.
Estou morando em uma pensão barata, pois tu sabes que não tenho abastança de dinheiro, mas o que tenho ganhado me ajuda a sobreviver.
Estou trabalhando muito , de dia até de noite, como quando eu trabalhava na fazenda,lembras?
Mas eu venho mesmo através desta epístola, que lhe escrevo neste meu pequeno cômodo, dizer que sinto a sua falta.
Tu muito bem sabes porque eu vim para Portugal, fugindo das ameaças de teu pai, por isso eu espero ir Ter contigo em breve, quando eu sentir que as coisas estejam em seu devido lugar e eu conseguir estabilizar minhas condições físicas e psicológicas.
Brísida meu amor, como te quero, te desejo como a abelha anseia a flor.
Lembra-se daquela tarde em que fomos de charrete até o parque, onde selamos nosso amor, onde eu escrevi naquela árvores nossas iniciais, “B” e “M” ?
Espero que isto tu não tenhas esquecido, pois significaste muito para meu ser. Breve estarei partindo de Lisboa e irei para uma pequena cidade ao Norte, onde irei trabalhar em outra indústria de fiação, não sei se haverá mais algum modo de nos comunicarmos, porque esta cidade para onde vou é distante e talvez esta seja minha última epístola para ti.
Brísida, porque tudo não poderia ser diferente? Seu pai mandou um capanga para vim matar-me, e para meu próprio resgate estou do outro lado do Oceano, mas saiba que nem a distância do oceano e nem sua profundidade poderá separar-me de ti.
Por meio de brasileiros que chegaram aqui fiquei sabendo que um novo presidente de nome Getúlio Vargas, tomou o poder através de uma revolução e que ele pretende trazer mudanças não é?
Minha amada Brísida, peço-te somente , que cumpra o que nós dois prometemos naquela tarde no parque,compreende, o que quero dizer-te?
Embora minha matéria corporal não esteja presente para ver-te face a face, meu coração seguirar-te todos os dias de tua existência. Eu seguirei a ti com meu coração , até o dia em que meu corpo a sepultura seja levado.
Brísida, goostaria de escrever mais para ti, mas não posso , pois necessito voltar a dura labuta, creio que tu podes compreender-me, quando lerdes isto.
Anseio saber notícias de como está a Senhora Analice, o negro Sebastião e minha prima Mariana, pois muita consideração possuo por eles.
Espero que tu possas escrever-me enquanto estiver residindo em Lisboa.
Brísida, tu sabes como deveras amo-te. Espero ir ter contigo e com os meus companheiros em breve, anseio retornar para a minha Pátria Brasil.
Que o santo nome de Deus abençoe-te todos os dias de sua existência
Um beijo eterno do seu grande amor.

Martiniano.







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