REFLEXÃO.
Não sei bem o que escrevo,
Nem o que desejo destes versos livres,
Que mesmo assim teimam em se fazer presentes
Na solidão desta hora de recolhimento.
Nesta hora de prece,
Em que meu espírito conversa com as estrelas,
Em que meu coração descansa
E meu corpo docemente repousa...
Nesta hora de prece,
De recordações, enlevo e solidão,
Nesta hora de janelas fechadas,
De lua caminhando,
De madrugada vivendo,
De gente que adormece,
De bandeiras recolhidas
E luzes de néon.
Eu sei que escrevo
E não importa o que escrevo.
(Não creio mesmo que alguém
tenha paciência para ler).
E as palavras vão brotando do meu ser
Cada vez mais intensamente...
Logo as janelas vão se abrir
E a manhã se fará de novo presente em mim
E nos versos que brotam livres, do meu ser.;
E eu, já não serei livre.
Mas sei que eles, os meus versos,
Continuarão a ser livres,
Perpetuamente livres...
Copyright © 2002 Emílio C.Alves. Todos os direitos reservados.
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