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Artigos-->Cultura Alienada -- 28/09/2010 - 09:13 (Arlindo de Melo Freire) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Cultura Alienada



Arlindo Freire



A questão indígena no Brasil continua sendo um dos assuntos sem o interesse da coletividade por motivos de esquecimento, abandono e alienação que sempre caracterizam o pouco conhecimento social, cultural e histórico que constitui, por sua vez, a concepção própria da visão pequena.

No setor educacional, felizmente, encontramos o inverso dessa consideração, ou seja - alunos e professores manifestam o interesse e atenção acerca da vida humana nas selvas, desde as suas origens, visando compreender melhor a realidade indígena da atualidade.

Esta diversidade continua sem ter maior dimensão porque o preconceito racial e cultural permanece na mentalidade brasileira, de forma bastante acentuada e decisiva com predominância histórica de 500 anos, durante os quais tudo foi realizado pela extinção dos índios – mulheres e homens iguais aos demais brasileiros.

Se houvesse o necessário esclarecimento em torno dessa ocorrência, certamente o quadro poderia ser diferente ou favorável aos nativos deste país, isto é, a condição deles estaria esclarecida de forma integrada na população e governos nacionais, sem haver grandes disparidades e injustiças.

No decorrer dos últimos 40-50 anos temos observado, sem dúvidas, que a exclusão objetiva e sistemática dos povos selvagens – parece ter sido petrificada depois que eles saíram da Idade da Pedra, ou seja – a sua evolução tem sido de pequena proporção com melhorias irrelevantes.

O meio da representação política, exceto algumas pessoas, tem sido o grande responsável pela miséria e abandono das populações mencionadas existentes fora das cidades, de preferência nas matas isoladas da civilização, sem os recursos indispensáveis a vida.

Com a sua alegria e felicidade na vida atual, a juventude escolarizada, até mesmo das universidades, manifesta o desconhecimento radical acerca da história indígena, desde os primórdios da colonização, igualmente da fase atual, o mesmo acontecendo em outros setores esclarecidos.

Esta acomodação vem sendo uma constante no saber coletivo social brasileiro, com profundas marcas na região Nordeste, onde a história do Brasil teve início na Bahia, daí passando pelas demais unidades do Litoral, sempre com a presença dos índios situados desde o interior do sertão vivendo no nomadismo.

O fato comprovado na teoria e na prática, de que o Rio Grande do Norte, não tem, atualmente, siquer uma tribo indígena em todo o seu território, apesar das indicações estatísticas de 1800 a 2000 descendentes, constitui o maior absurdo desta natureza – para a história e cultura chamada potiguar de quem está localizado entre o mar e sertão.

Nas terras do Piauí – verifica-se a mesma situação do RN – ausência de índios, segundo a estatística oficial, sem fazer qualquer explicação em torno dos motivos ou causas do quadro adverso com as demais unidades da Federação, talvez porque a dizimação, extermínio tenham sido feitos de forma sectária, desde a colonização, até o início do século 20 pelos bandeirantes enviados pelos governantes.

Os crimes contra a humanidade com as crianças, jovens e adultos das mais diversas etnias tribais – foram praticados de modo perverso, sem o menor respeito à dignidade humana, sob os atos da covardia e traição, em quantidades numerosas de pessoas que viviam na defesa de seus territórios invadidos e tomados pelos exploradores nacionais e europeus acobertados pelos reinados da época.



Se os trabalhadores rurais de hoje soubessem preservar a memória histórica de nossas origens, juntamente com os demais setores da cultura potiguar, a partir das escolas fundamentais e superiores – certamente as lideranças indígenas ainda seriam consideradas e admiradas com orgulho e alegria para toda a sociedade.

- Porque falar assim, sem ter maiores explicações?

Basta uma só – para justificar tudo: o líder índio Antonio Paraupaba, natural do Rio Grande ou Natal de então – 1645 foi o pioneiro da organização social ao reunir cerca de cinco mil índios sobreviventes da perseguição e morte, para localização dos mesmos na serra Ibiapaba, extremo do Piauí-Ceará, onde foi criada a Liga Índia para a proteção de seus associados.

Na chapada daquela localidade – denominada Cambressive, anteriormente dominada pelos franceses, os fugitivos da perseguição luso-brasileira reforçada pelo abandono holandês - foram perseguidos, abandonados, sacrificados e mortos, literalmente, sem dó e piedade, em nome daquela civilização defensora da tirania que se prolonga pelo mundo, espalhando sangue e extermínio do ser humano.

Antes dessa iniciativa – jamais foi realizado qualquer movimento semelhante pelos indígenas e trabalhadores do campo na área do Nordeste e Rio Grande do Norte, o mesmo se dando, possivelmente no país – para efeito de organização social dos homens e mulheres pobres, humildes de poucos conhecimentos em suas vidas.

Parece até, sem provocação, que as gerações atuais vivem somente no presente, esquecendo todo o seu passado e futuro – deixando de lado, conseqüentemente, os pais e mães, bem como os seus filhos – da história de cada ser humano que constitui a família, grupo social e toda a sociedade.

Nessa perspectiva – podemos admitir que estamos todos Nós: ignorantes, estudantes, universitários, intelectuais – homens e mulheres, com raras exceções, produtos do comodismo e da miséria criados pelo sistema econômico e político, sem a dimensão social necessária para a sobrevivência do homem e da natureza.

Acreditamos que a mudança estrutural desta situação – ainda seja possível, mas está muito longe, no tempo e espaço, pois temos que plantar as sementes definitivas e adequadas para que tenhamos a nossa cultura. Fim-26.09.2010.







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