Existem termos que usamos a vida toda e, de repente, eles tomam um significado que salta à nossa mente como que um presente ou desafio. Hoje eu li no dicionário que a palavra coragem vem do francês antigo “corage“. Imediatamente vi, bailando, em minha mente, um significado novo, até agora, para mim. E vi a palavra dividida em duas: cor-age. Ou seja, o coração(cor) age (agir) .E logo vislumbrei a verdade:- coragem é agir com o coração!
Como nunca pensei nisso antes?
Não existe coragem se não houver uma motivação que o sentimento preze e valorize tanto que possa nos impelir a realizar determinada ação!Somente quando temos arraigada aquela verdade sobre as nossas crenças que conseguimos sair da inércia e ousar atitudes inusitadas e corajosas.
É o caso daquela mãe que, para salvar um filho, é capaz de perder o medo da morte e protegê-lo com o próprio corpo. É o caso da fraqueza física ser vencida para levantar um pesado carro e tirar um ente querido sob as rodas. É o caso de um soldado que, para avisar seu comandante sobre a vitória de uma batalha vencendo mil obstáculos, ao ser inquirido sobre como chegara até ali, respondeu:- Morto meu senhor! E cair morto. E quantas atitudes mais poderão ser citadas?...
Não existe atitude maior que a coragem de agir somente com o coração, defender nossas verdades com denodo, e manter íntegra a nossa coerência diante da vida e do mundo.
“A vida é combate que os fracos abate. E os fortes e bravos só sabe exaltar” já nos dizia o poeta Gonçalves Dias em Canção do Tamoio.
Será que temos amor suficiente para deixar fluir a nossa melhor verdade em tudo que fazemos?
Porque viver nesse mundo e manter nossa estrutura de coerência é um ato de extrema bravura.