Caçada ao Assassino.
Cap.8
" Um jogo de você "
O corpo de Rita Franco foi retirado pela estação da Paulista ás 18:33 min, não pude impedir um calafrio de correr pelo meu corpo
quando a maca passou coberta, sua irmã Roberta
gritara até desmaiar minutos antes e também
acabara de ser levada para o hospital.
Carmem Soares, relações públicas da polícia
de São Paulo, se preparava para dar sua primeira
entrevista sobre as recentes mortes ocorridas.Ela
já me anunciara que iria jogar limpo com a imprensa desta vez, quando ouvi isso vindo dela
quase que tive vontade de dar risada, mas seu olhar para mim foi crítico e sério.
Dizem que sua escolha como ponto de contato
entre a polícia e a imprensa fora a maior idéia
que alguém já teve.
A lenda dizia o seguinte, nunca me esqueço desta frase.
- Uma mulher é a escolha perfeita para este
trabalho, os homens se sentirão atraídos por sua
beleza e as mulheres a admirarão por trabalhar
num meio praticamente de homens, seja lá o que
sobrar no meio, a gente vai conseguir comprar...
Sim, sem dúvida, quando ela começasse a falar
de algum jeito ou de outro iriam comprar a sua
verdade como sempre fizeram, ela era perfeita para a mídia, as pesssoas acreditavam no que dizia, e sim, ela era bela, tipo americana, loira, falsa diziam, olhos verdes, alta, longe
do tipo de brasileira que vemos normalmente por
aí, brasileiro sempre foi louco por loira.
Castanho estava de pé ao meu lado, fora ele
que segurara Roberta quando ela se descontrolou
antes de desmaiar, isto ia realmente ficar complicado a partir de agora.
Ou mídia iria nós detonar como um bando de terrorristas sem réfens ou então a Carmem vendia alguma idéia mirabolante que eles pudessem acreditar sobre o quanto estaríamos próximos de pegar um assassino que sumia no meio do nada,
poderia parecer incrível, mas eu apostava nela.
Quando ela informou que iria dar uma declaração a imprensa alí mesmo, no local do crime, senti o grupo de jornalistas
gemerem de excitação, minha mente voltava para
a imagem da menina planando sem tocar o chão,
como uma bailarina congelada no ar, com os braços
caidos em volta do corpo, passando uma sensação
de derrota, jornalistas eram chacais, vivendo
da morte alheia.
Assisti as declarações sobre como um assassino de ocasião por duas vezes escapara desapercebido por todos, sobre os esforços do " grupo especial " que já o vinha caçando desde o primeiro crime, de que haviam " fortes indícios " que levariam a uma prisão em breve, dê aos tolos o que eles querem ouvir e eles acreditarão, Carmen realmente era boa no que fazia, ela falou por apenas quinze minutos mas até fiquei mais
aliviado após ouvi-la. Quando as luzes se apagaram e ela se aproximou de mim e do Castanho, pude perceber rugas de preucupação nos seus olhos, talvez ela não mentisse para si mesma.
- Caio e Castanho, desta vez vocês morderam mais do que podem engolir, duas mortes em menos de uma semana, o que vocês tem até agora?
- Um haicai com um dardo.Castanho respondeu.
- Um poema japonês, quer dizer que nosso louco
da vez gosta de escrever.
- Ele avisou que era o primeiro, nós deveríamos
ter esperado o pior, mas jamais isso. Eu disse.
- Haverá uma reunião amanhã, o grupo especial será criado, vocês irão continuar no caso, o Silveira pediu que os avisasse.
Ela deveria ter seus 32 anos, pude perceber que mantinha a forma, sei que fora policial antes de ocupar o cargo de agora, sem mais, despediu-se de nós dois. O assassino agora tinha seus minutos de fama, que aproveitasse enquanto pudesse. Pude
ouvir um trovão a distância, pareceu-me marcar o
fim do espetáculo.
Castanho comentou cinicamente :
- Vamos fazer parte de um grupo especial !
Continua
Caçada ao Assassino
Cap.8
Lorcar.
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