Sem nenhuma gentileza
vem-me a voz soberana,
e eis que à minha surpresa,
é ela quem me chama!
prende-me à solidão,
me dá a Amargura,
condena-me à um coração
morto e sem cura.
eis que no desepero
o fraco se torna forte
e num grande esmero
tira a flecha do fundo corte.
Ameaça-a lançar,
sente o peso no coração,
desvia o seu olhar,
matar será em vão.
o inimigo não é forte,
é fraco e desequilibrado,
mas se aprofunda o corte
se contra ele eu brado!
o inimigo não é inimigo
me condena a morte, infame!
Parecera meu amigo
e a traição o ódio inflame!
à duras dores no pesar,
pensar volto comigo,
como posso odiar
tão especial amigo?
Que não se inflame ódio!
que não se sinta a dor!
Que não se suba ao pódio,
Nem se nomeie vencedor!
Não posso erguer-te espada,
mas posso driblar minha aflição,
desviando sua língua afiada,
dando ao problema solução!
Lutando em paz, pela paz,
o inimigo não resiste,
milagre assim se faz,
uma batalha ainda existe!
A esperança nunca morreu,
Quase desistiu da felicidade,
quiz abandonar, mas nunca eu!
pois amar há nessa idade!
A contenda irei subjulgar,
da minha amada não desistirei,
e enquanto puder lutar,
nessa luta resistirei!
Perder, ganhar, não há!
mas enquanto estiver de pé
esperança ainda há!
Me apoiarei na minha fé... |