Quem é esse tão assim
imenso em granditude.;
de beleza transbordante,
olhos de infinitude.;
de pés uns tão desejáveis,
as mãos de terno calor.;
de ossos uns inquebrantáveis,
torso de tão puro odor.;
boca carnuda escarlate,
lóbulos apessegados,
braços uns avantajados
mas de tão leve candor.;
de cílios exuberantes,
que lhe servem de moldura,
enchendo-me de torpor
quando se movem amorosos,
em convites sumorosos,
despertando tanto amor?
Sou Aquele que te afaga
e te diz veras delícias.;
que te visita no leito,
preenchendo-te em carícias.;
que te conhece o mais íntimo,
povoando teus recantos.;
que te move às alturas,
elevando-te em meus cantos
que profiro assim gozoso,
dando-te as minhas mãos,
beijando-te assim solene,
habitando os teus vãos.
Sou Aquele que te ama,
sou Aquele que te clama:
Vem a Mim, ó meu varão.
Vou a Ti, eu te respondo.
Vou correndo prazeroso.
Vou gritando entre os campos:
Meu Senhor é amoroso.
É Aquele Inteiriço,
Meu Inteiramente Outro.
Eu te quero. Vem a Mim.
Já me tens, ó Dadivoso.
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