A mulher (são treze filhos)
sai da maternidade. Leva consigo os novos
(são três que agora carrega). No quarto
(que umidade nos cantos), beija os tenros
rebentos, dizendo a seus ouvidos: Meu Deus,
muito obrigado!
Argh, que coisa horrível! — diz a socióloga,
lendo o seu matutino. Anda muito absorta,
puxando numa das mãos a sua única-filha
(laqueara suas trompas em um distante dezembro),
metida em um uniforme (de pedras, flores, strass). Na outra mão,
orgulhosa, carrega o calhamaço de importantíssima tese
que hoje defenderá. Causa de ficar gravada
pra sempre nos altos anais.
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