Eu sonhei: estava
descalço e corria,
chagados os flancos —
os pés eram marcas
no chão. Eu corria,
jogava-me à frente,
fugindo aos milhares
de mãos. Ah, puxavam-me
as vestes, pisavam-nas —
tentando pisar-me
também. Nu, larguei-as
no piso. Uns muitos
se abriram em gritos,
outros irromperam
em risos. Andei
não-aflito, brando
e maravilhado
sentei-me eu à frente
do Pão. E Ele então
me foi dado, Corpo
Santo em minha boca.
E no amanhecido
dia, quando de casa
saía, fui hóstia
para a multidão.
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