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Artigos-->Segredos de Copiapó -- 23/10/2010 - 14:02 (Arlindo de Melo Freire) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos


Segredos de Copiapó



Arlindo Freire





Os fatos sempre estão no processo de relatividade em qualquer situação, sem importar a presença dos mais diversos fatores, até mesmo os de natureza física que pareçam não se combinar, nem ter relação direta com outro fenômeno.

Por esse motivo encontramos em qualquer parte do mundo, dois ou mais acontecimentos iguais ou relativos, com traços diferentes que, no fundo têm a mesma razão de ser em locais próximos ou distantes, de características combinadas ou semelhantes, assim como divergentes e contraditórias.

Nessa perspectiva, recentemente temos conhecimento de duas ocorrências que podem ser consideradas para que a teoria seja confirmada: o resgate dos mineiros de Atacama – Chile e antiga Casa de Pedra – Martins-RN, onde a presença do homem se fez pela habitação e pelo trabalho para efeito de sobrevivência.

Neste caso – último, de 140.000 anos AP=Antes do Presente, temos a moradia do ser humano no interior de uma caverna sobre a formação serrana, próxima do município de Martins – RN, onde o Homem Caçador ou indígena primitivo viveu no sertão, na condição de nômade em busca da caça e pesca nos períodos de chuvas e secas.

No segundo plano, nos deparamos com 33 homens presos entre as paredes de pedras da mina San José, no Atacama – Chile, durante 70 dias, na profundidade de quase 700 metros, sob o perigo da morte, pelo fato de não ter havido, desde o início, a certeza da saída para a superfície terrestre.

Naquela mesma região – deserto chileno, ainda existe milhares de sinais concretos e vivos da presença do homem, desde os tempos primitivos, anteriores ao período de colonização dos espanhóis – início do século 16, nas grandes rochas superficiais

e dentro das cavernas que foram habitadas pelos índios, a exemplo do que se verifica também em todo o nordeste brasileiro.

Como simples observadores da condição humana – podemos admitir, sem qualquer dúvida, que o homem e os animais sempre tiveram os seus motivos para fazer a relação sobre o uso da natureza para a sobrevivência, não somente na América, mas

em qualquer parte do mundo, inclusive na Europa e demais continentes, sem temer e evitar os abalos sísmicos que estão além da vontade.

Na complexidade do mundo atual – os diversos meios de vida causam grandes transtornos em toda a humanidade, especialmente nos territórios em que 70 por cento dos habitantes da Terra, ainda vivem na pobreza e miséria, sem moradias adequadas, passando fome e sede, vitimas das doenças, dos acidentes e outros fatores da miséria.

Os empresários da mineração e governos chilenos, a exemplo de outros países, desde o período da colonização na América Latina – jamais tiveram o bom-senso para a segurança e bem-estar dos mineiros em função da produção, daí por que os acidentes, mortes e outros problemas têm sido constantes no interior das minas.

Na exploração mineral de outros países, inclusive os modernos e avançados, a questão se apresenta de modo quase semelhante aos anteriores – falta de garantias para o trabalho humano, apesar de recomendações internacionais que deixam de ser fiscalizadas e obedecidas com o passar dos anos.

Nas profundas raízes do seu passado, o Chile com os 14.000 anos de história tem segredos considerados infinitos e, portanto ainda, desconhecidos pela sua população, assim como pelos latino-americanos, além de outros povos que se recusam em estudar e pesquisar as origens de suas gerações.



- Este país precisa entender que são necessárias as mudanças!

Este foi o grito de libertação do mineiro Mario Sepúlveda, após ter saído, em segundo lugar, da caverna onde esteve por mais de 2 meses, na mina San José – Atacama, pulando, gritando e abraçando os companheiros que se encontravam no acampamento Esperança, naquela noite fria de 14.10.2010 – saudando os 33 mineiros que renasceram.

Os habitantes daquele deserto – Atacama sabem muito bem porque Sepúlveda gritou com essas palavras, sem condições de afirmar toda a revolta que estava sentindo em defesa dos 18 mil mineiros sindicalizados – empregados nas pequenas, médias e grandes minerações do Chile.

Salvo engano, a jornalista Daniela Estrada foi a única que teve a capacidade de escrever e publicar, entre os demais jornalistas que estiveram no Atacama, a matéria-denúncia sobre aquela situação desumana, injusta, perversa, mesquinha e sem respeito aos direitos sociais.

Naquelas minas – 2009 houve mais de 191.000 acidentes de trabalho, dos quais 443 mineiros perderam a vida – deixando suas famílias sem amparo, em decorrência da escassez de fiscalização dos empresários e governos que fazem a “vista grossa” ou preferem desconhecer as suas responsabilidades sobre as causas e efeitos dos problemas de segurança naquela atividade.

Se formos olhar – as maiores questões sociais e políticas do Chile, então vamos ter a miragem da miséria no “fundo do poço”, ou seja – os indígenas que foram extintos pelos colonizadores da Espanha, soterrados nas cavernas e areias desérticas do Atacama.

Hoje em dia restam apenas os sinais da descendência indígena dos povos Aymará e Mapuche nas terras daquele deserto, de preferência no interior do solo – onde os corpos foram soterrados para esconder a chacina dos colonizadores, a exemplo do que Pinochet mandou fazer pelos militares tiranos, com os adversários do governo.

Nas páginas negras do general-ditador Augusto Pinochet, durante o seu governo, mais de 30 mil chilenos tiveram de sair do país, 3.200 foram executados ou desaparecidos, 29.000 presos sofreram torturas, mais 30.000 pessoas vitimadas

pelas perseguições sob o requinte dos torturadores da chamada Caravana da Morte, no período de 1973 até 1990 – 17 anos desse chefe militar da tirania – feita com sangue e morte.

Por conta disso e mais alguma coisa – os chilenos estão vivendo nos últimos 10 anos, sob a cortina do silêncio – sem a liberdade de pensar e falar acerca de seus problemas, tampouco de fazer a mudança mencionada por Sepúlveda, no momento em que saiu do fundo da mina.

O sonho da liberdade chilena está na esperança de que na cidade Copiapó = roça plantada de semente com a mão – Tupi, venha nascer a planta da igualdade com solidariedade para a sobrevivência humana - esperada por 560 gerações primitivas e civilizadas.

























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