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Artigos-->SOBREVIVENTES DO PLANETA ÁGUA! -- 30/10/2010 - 16:25 (Ana Zélia da Silva) Siga o Autor Destaque este autor Envie Outros Textos
Número do Registro de Direito Autoral:131420481608354900
Sobreviventes do PLANETA ÁGUA!

Ana Zélia



SOBREVIVENTES DO PLANETA ÁGUA!

Levantai-vos!

Amanhece, olha ao teu redor e vês um deserto de terras partidas, torrões secos onde ontem corria o Negro, corriam o Solimões, corria o Amazonas, seus afluentes, subafluentes corriam vidas, sangue de nossa gente.

Nossa mata verdejante, nossa floresta de árvores frondosas, tombaram todas pelas mãos assassinas daqueles que hoje choram por falta de sombra, que perdem tudo por falta de água, nem as montarias chegam a lugar algum. (montarias, PEQUENOS CASCOS FEITOS DE TRONCOS DE ÁRVORES E QUE NAVEGAM)

O grito horripilante da MÃE DA ÁGUA é um clamor aos céus que azulados não mais anunciam tempestades, nem se cobre de luto anunciando chuvas.



Cadê a água abundante que corria aqui? Achavam que jamais secariam?



Histórias que a vida conta: Minha avó sempre dizia: Não destruam os olhos d’água, escondidos e encobertos por matas rasteiras, são eles que vão crescendo, crescendo e formando grandes rios.

Era pequena e ainda me lembro quando num braço do Igarapé da Pancada em Santa Luzia (Educandos), surgiu um jacaré tinga saindo de pequeno buraco de água, a meninada toda se armou de pau e pedras e mataram, o pequeno réptil.



Minha avó ficou uma fera, reuniu toda a turma e deu uma aula jamais esquecida. “Este animal veio perdido em busca de seus pais que é que o teve, pois jacaré nasce de um ovo, sobreviveu e abençoado por Deus chegou até aqui para ter um fim tão triste. Ninguém quer morrer, nem mesmo um animal que consideramos perigoso. Chegará o dia em que vocês crescidos não terão o direito de vê-los, só em fotografias. A natureza castiga quem a maltrata, quem destrói seus filhos, nós somos filhos desta natureza!”





Divago porque nem Mãe D’água existe mais, os rios secaram. Este filme era visto todos os anos, o velho barco de ferro continua firme nas margens do extinto igarapé, silencioso e triste deve rir vendo a desgraça do povo nos barrancos que caem levando consigo a destruição do progresso mal elaborado. A ganância é que tem vez.



Yara, duendes, Dinahi, onde estão os botos que engravidavam as cunhas, inocentes de um passado distante? Onde estão vocês? Nós os matamos.



Construímos edifícios, portos, campos, nas margens dos rios, fizemos ali as entradas de todas as cidades, destruímos as matas ciliares que serviam de suporte às terras, evitando que elas caíssem sem proteção.Aterramos nossos riachos...



Há solução, comecemos a dragar nossos rios mantendo seus cursos, pelo menos com água suficiente para a sobrevivência dos que habitam o Planeta Água, Planeta Terra...



Manaus, 30 outubro de 2010. Ana Zélia





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